11o Seminário de Iniciação Científica - SIC

De 30/11/-1 à 30/11/-1

SABER ECOLÓGICO TRADICIONAL EM COMUNHÃO COM O SABER CIENTÍFICO: NOVA PERSPECTIVA NO MEIO RURAL

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: Etnoecologia, Crenças, Conhecimento

Etnoecologia é o estudo das interações entre a humanidade e o resto da ecosfera, através da compreensão do comportamento, conhecimentos e crenças a respeito da natureza. Sua ênfase, deve ser na diversidade biocultural e o seu objetivo principal a integração entre o conhecimento ecológico tradicional e o conhecimento ecológico científico. É sobre esse conceito, que integra, na perspectiva dos povos tradicionais ou primitivos, suas percepções da realidade, as quais envolvem natureza, homem, sociedade e o mundo sobrenatural. A área de estudo envolveu as regiões de Itapoá, Garuva, São Francisco do Sul, Guaratuba e seus habitantes, que juntamente com as inclinações teóricas, fomentaram o diálogo com o conhecimento científico. Foram efetuadas 30 entrevistas no período de março a outubro do corrente ano, com visitas semanais a moradores das localidades. Este estudo objetivou indagar o conhecimento dos moradores locais sobre a fauna, crenças e os memes da região. Procedeu-se de acordo com métodos da etnociência, utilizando-se de abordagem êmica, na qual as informações foram registradas e analisadas segundo a visão dos entrevistados. Os dados obtidos mostraram que nesta região ainda se guardam dias santos, quaresma e crenças no sobrenatural. “Sim, sim, todos eles respeitam. A nossa família respeita domingo e dia santo, dia das arma, sexta feira grande. Respeitam porque no nosso tempo passado deu muito acidente. Então o pessoal mais véio conta as historia pros novo e os novo respeita né”( um entrevistado). Sabe-se que, através destas correntes também se preserva a natureza. Percebeu-se que 15 dos entrevistados ainda caçam para subsistência ou troca por mercadorias, 05 caçam de forma apenas comercial, 10 caçam de forma esportiva ou para “arejar a cabeça” segundo um entrevistado. Segundo relatos, a única espécie que praticamente desapareceu foi a paca (Agouti paca). “A paca eu acho que é o bicho que tá mais sumido, antigamente tinha muita, hoje não se vê mais” (um entrevistado). Foram relatados aumento de densidade nas espécies de tatu (Dasypus novemcinctus), bugio (Alouatta guariba clamitans), quati (Nasua nasua), capivara (Hydrochoerus hydrochoeris), veado (Mazama gouazoubira), e o cateto (Tayassu pecari). Segundo os entrevistados, isso se deve á proibição da caça e atuação da polícia. “Eu fui preso caçando, nunca mais cacei, eles tão lá pra enfeitá a mata né” (um entrevistado). As informações sugerem a necessidade de planos de manejo para as atividades extrativistas na região.

Apoio / Parcerias: FAP/UNIVILLE

ISSN: 1807-5754