15º Seminário de Iniciação Científica

De 18/10/2010 à 22/10/2010

O Lineamento Palmital: a condicionante geológico-estrutural da Baia da Babitonga, Santa Catarina.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Baia da Babitonga, lineamento palmital, zona de cisalhamento

O Complexo Estuarino da Baia da Babitonga, no litoral norte do Estado de Santa Catarina tem, enquanto arcabouço geológico-estrutural, dimensões e formas, portanto sua dinâmica, organizada por uma importante feição denominada de Lineamento Palmital. Esta caracteriza uma extensa zona de cisalhamento transcorrente inserida provavelmente no contexto da formação do Supercontinente Gondwana, o que remete este estudo aos eventos geológicos do Neoproterozóico. Tal perspectiva evidencia-se através do contato tectônico entre formações rochosas neoproterozóicas formadas por granitóides encaixados em gnaisses, mica-xistos, quartzitos e anfibolitos do Domínio Paranaguá e os gnaisses granulíticos e quartzitos associados a bandas ferríferas do Domínio Luís Alves, de idade Arqueana a Paleoproterozóica, respectivamente a nordeste e a oeste da morfoestrutura Lineamento Palmital. Estende-se a área de estudo desde os afloramentos rochosos da Ilha dos Remédios, Município de Barra do Sul e das Ilhas Tamboretes e elevações das Serras Cristalinas, porção oeste da Ilha de São Francisco do Sul, até o limite Norte do Município de Garuva, junto ao citado lineamento. Objetiva-se definir e localizar a feição de contato geológico-estrutural entre o Terreno Paranaguá e a Micro-Placa Luis Alves. Utiliza-se da metodologia clássica de mapeamento geológico, que se inicia com a preparação de mapas geológico e estrutural através de interpretação de imagens aerofotográficas, e realização de mapeamento de afloramentos rochosos, com a análise geométrica (qualitativa: tamanho, forma e orientação das estruturas) e confecção e publicação de mapa geológico e estrutural em escala de 1:25.000. Os estudos permitem reconhecer expressiva ocorrência de rochas quartzíticas com direção variando de N345, N-S a N10, e com mergulhos de sub-verticais a 36º, para NE e mais raramente SW. Intensamente cataclasadas, com estruturas miloníticas associadas e acompanhadas por diáclases concordantes com o plano de mergulho. Micro-dobras acompanham as ‘lentes’ de quartzitos. Duas conclusões preliminares podem ser aventadas: a) ao contrário da interpretação geológica e estrutural usual, observada em mapas geológicos disponíveis, um segmento importante dos terrenos granulíticos e quartzíticos, intensamente milonitizados, desenvolvem-se a leste do Lineamente Palmital (canal do Palmital), o que permite redesenhar o mapa geológico e estrutural da região; b) o comportamento estrutural das formações quartzíticas, indica a provável superposição de uma fase dúctil, em condições de altas pressões e temperaturas, o que abre perspectivas de novas interpretações da evolução geológica.

Apoio / Parcerias: FAP

ISSN: 1807-5754