7º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 16/05/2011 à 20/05/2011

O papel multiplicador do extensionista no projeto de extensão Linguagem da não-violência

Palavras-chave: Extensionista, não-violência, desnaturalização

O projeto de extensão “Linguagem da não-violência na escola: uma possibilidade para a construção da cultura da paz” tem como objetivo conscientizar que a linguagem poder estar impregnada de violência, propondo atividades que levem a refletir sobre essa questão. O espaço escolar tem sido palco de inúmeros atos de violência, os quais são extensivamente divulgados pelos meios de comunicação. Se por um lado, a imprensa explora a violência para aumentar sua audiência, por outro, a banalização da violência leva a sua naturalização, de tal modo que ao materializar-se pela imagem e pela palavra, passa a integrar a matriz ideológica. O pensamento se manifesta dentro de limites formalizados (texto e imagem) e de uma determinada ideologia discursiva (Bakhtin, 1996). A exposição passiva à violência leva a um processo de naturalização. Para Fairclough (2001), a desnaturalização da violência só pode ocorrer ao se compreender criticamente as condições de poder, de manipulação e de coação nos discursos. Nessa perspectiva teórico-metodológica, o projeto propõe atividades educativas que levem os participantes a ler e analisar diversos gêneros textuais (propaganda, dizeres de camiseta, canção, história em quadrinhos, filmes etc...). A participação de acadêmicos, além da possibilidade de qualificar seu currículo ao experenciar a extensão, objetiva estender a proposta a um maior número possível de pessoas. Desde a primeira versão do projeto, em 2006, a participação de voluntários tem crescido significativamente. Não só a necessidade de atender o requisito curricular das horas complementares tem levado os alunos a aderirem ao projeto, mas também o interesse pela temática. No ano de 2010, catorze acadêmicos multiplicaram a proposta em escolas das cidades de Joinville, São Francisco, São Bento e Jaraguá. As atividades educativas foram desenvolvidas de acordo com o perfil dos grupos de alunos do ensino fundamental e médio. O tema bullying foi explorado por alguns acadêmicos, considerando as necessidades das escolas. Na avaliação dos acadêmicos, o desenvolvimento das atividades pode ajudar os alunos da educação básica a compreender que tanto a imagem como a palavra podem ser usadas de forma violenta, iniciando o processo de ressignificação e, consequentemente, de desnaturalização do discurso da violência. Dá mesma forma ocorre com o próprio acadêmico que ao interagir com o outro ressignifica e se transforma, passando a considerar essa temática em sua prática.

Apoio / Parcerias: Secretaria Municipal de Educação

ISSN: 1808-1665