Entendido o acesso à justiça como requisito fundamental - o mais básico dos direitos humanos - de um sistema jurídico moderno e igualitário que pretenda garantir e não apenas proclamar os direitos de todos, e constatada a necessidade de discussões a esse respeito na comunidade são-bentense, questionou-se como estender o conhecimento desenvolvido na universidade para que atingisse os seus maiores beneficiários: os cidadãos. Assim, fundamentado na idéia de que o judiciário precisa se aproximar do “homem comum”, de que a cidadania não pode continuar sendo privilégio de poucos surgiu o projeto de extensão universitária “Direito e Literatura: a criação de um espaço para construção da cidadania”. Gerado a partir de discussões entre acadêmicos do Curso de Direito e formalizado mediante a orientação de uma professora da área de Letras, o projeto visou, por meio da intervenção no Ensino Fundamental de escolas públicas de São Bento do Sul, especificamente junto a alunos da 3ª. série, desenvolver a idéia de que para todos acessarem à justiça, cada cidadão deve ter consciência de seus direitos e deveres e, para isso, utilizou-se da estratégia da contação de histórias. Foram os princípios constitucionais presentes no caput do artigo 5.º da Constituição Federal Brasileira que inspiram a escolha das histórias, especialmente fábulas. O trabalho em 2010 envolveu grupos de alunos de quatro escolas da cidade, sendo mobilizados também professores, diretores e orientadores educacionais. Os principais resultados obtidos podem ser contabilizados pela avaliação formal feita por cada escola sobre o atingimento dos objetivos do projeto – considerado alcançado –, pela participação do Juiz e do Promotor local no trabalho informativo às crianças e profissionais das escolas envolvidas quando da visita ao Fórum, assim como pela interação e participação intensa das crianças nos momentos de intervenção dos extensionistas.