16º Seminário de Iniciação Científica

De 17/10/2011 à 21/10/2011

Graffiti em exposição: fronteira entre arte e cultura

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Graffiti, Arte , Cultura

A pesquisa apresentada trata-se de um desdobramento do estudo desenvolvido em 2010 o qual objetivou pesquisar o movimento de institucionalização do graffiti, uma vez que as ruas não são mais hoje o único espaço onde podemos encontrá-lo. Este ano a proposta é investigar o graffiti e a sua relação com a arte e com a cultura, sendo as duas últimas vizinhas, no entanto contrárias, questão esta discutida por Teixeira Coelho no livro A cultura e seu contrário. Essa pesquisa não tem por pretensão definir o graffiti como sinônimo de arte ou de cultura, mas sim investigar as divergências que cercam esta discussão. Dessa forma, não se obteve um resultado conclusivo, já que a arte e a cultura são campos instáveis e em constante mudança, de forma nenhuma estanque. A metodologia utilizada foi de natureza bibliográfica e de campo. Foram pesquisadas matérias de jornais, vídeos, entrevistas e bibliografias sobre o cenário do graffiti Brasil, assim como também foram visitadas e estudadas exposições de arte. Considera-se que atualmente o graffiti vem sendo afirmado muito mais como arte do que propriamente como cultura, uma vez que está entrando em grandes instituições da arte e recebendo olhares de curadores. A exemplo a mostra De dentro e de Fora, que trouxe ao MASP, em 2011, grandes nomes da arte urbana mundial. Essa foi uma iniciativa do também curador da instituição, Teixeira Coelho. O graffiti tem origem na cultura Hip Hop, e a sua presença em instituições de arte vem acontecendo com mais frequência principalmente em grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. Em Joinville dois projetos contemplaram a arte urbana: o Out Art (sticker) e o Articidade (graffiti), sendo que por meio do último o grafiteiro, mundialmente conhecido, Alex Hornest realizou graffiti no muro da Cidadela Cultural Antártica. Entretanto, ao vincular-se ao projeto teve seu trabalho institucionalizado, sendo esta uma condição que o valorizou e o definiu como arte, o que é um paradoxo, já que institucionalizar é matar o graffiti, uma vez que sua origem cultural é underground. Ao lado deste trabalho apareceram produções espontâneas de grafiteiros, que passaram a ser valorizadas juntamente com os demais graffiti da cidade, mesmo aqueles realizados de forma transgressora. Paralelamente aos editais a manifestação cultural independente do graffiti continua existindo e paradoxalmente, em função dos mesmos, valorizada como arte.

ISSN: 1807-5754