16º Seminário de Iniciação Científica

De 17/10/2011 à 21/10/2011

Caminhadas Pelo Lixo: A relação cotidiana dos catadores de material reciclável com a cidade de Joinville.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Joinville, Catadores de material reciclavel, História e cidade

Esta comunicação é fruto do projeto de iniciação cientifica intitulado “Caminhadas Pelo Lixo: A relação cotidiana dos catadores de material reciclável com a cidade de Joinville”. Consiste em uma abordagem histórica acerca das tramas de uma sociedade industrializada que intensifica os modos de descarte e gera um leque cada vez maior de sujeitos que vivem a partir destes. Imersos à escuridão da contemporaneidade, os catadores de material reciclável de Joinville, por meio do seu desempenho cotidiano de (re)inserção de material pós-consumo na cadeia produtiva, estabelecem um laço singular com o urbano. Assumem a função de agentes ambientais, se aventurando por entre as linhas rígidas do controle da cidade e burlando, taticamente, as normativas sociais. Assim, inspirado nos escritos do historiador Michel de Certeau, foi possível, com a pesquisa, compreender a cidade a partir dos seus (co)autores, aqueles que se aventuram nas tramas da cidade em busca de satisfação de suas necessidades cotidianas. Busquei problematizar a existência dos catadores em Joinville no tempo presente, dedicando-me, em primeiro lugar, a analisar recortes de jornal do A Notícia de 1998 a 2010, interpretando além da historicidade, as representações atribuídas tanto aos catadores quanto ao sistema de reciclagem. Através da metodologia da história oral, dei continuidade à pesquisa, interpretando o discurso dos catadores acerca da cidade e do seu trabalho com os detritos sólidos. Com isso, foi possível compreender a importância das narrativas de memória diante de fontes de imprensa e de dados numéricos. Alinhado à história cultural no tempo presente foi possível, por fim, pensar a história da cidade como um grande palco das diferenças. Um cenário que instiga diversas problematizações históricas. Os catadores como sujeitos se relacionam e operam este palco, alterando seus significados, modificando taticamente a sua “realidade”. Ainda que as suas existências estejam atreladas às fantasmagorias urbanas, agem na escuridão da noite e edificam sentidos, transformam e são transformados pelo espaço urbano. São notas dentro da partitura da cidade e compõem as musicalidades junto de todos os sujeitos urbanos.

Apoio / Parcerias: FAP

ISSN: 1807-5754