Esta comunicação tem como objetivo apresentar alguns dos resultados obtidos no desenvolvimento da pesquisa de iniciação científica intitulada Sentidos Atribuídos a Serra Dona Francisca no Tempo Presente. Investigar e discutir algumas das representações que circulam sobre a Serra Dona Francisca a partir dos olhares de seus moradores no presente é o que move essa pesquisa na tentativa de perceber como e se eles reconhecem a Serra como um patrimônio e em que medida e de qual forma as ações de promoção do turismo desenvolvidas na região vão de encontro com seus interesses. Partimos nas pistas deixadas pelos viajantes que visitam a região no século XIX e em seguida abarcamos os apontamentos feitos por historiadores que escrevem em diferentes momentos sobre esse local. A Serra Dona Francisca localizada no norte de Santa Catarina é parte integrante da cadeia montanhosa que compõe a Serra do Mar, tendo recebida esta denominação ainda na segunda metade do século XIX, época em que se pensava na construção de uma estrada ligando o litoral ao planalto. Atualmente ela é veiculada como um patrimônio ambiental, econômico e cultural principalmente pelos órgãos que fomentam o turismo na região de Joinville/SC. E analisando obras e reportagens que aludem tanto o passado como o presente do local percebemos alguns esforços de valorização desse espaço na medida em que é visto como um roteiro para a promoção do turismo na região. Nos escritos dos historiadores pudemos perceber que, em um primeiro momento, a Serra era vista como um local de passagem; um caminho para o transporte de mercadorias e circulação de pessoas. Posteriormente foi relacionada com um local de vivências com a construção de alguns estabelecimentos comerciais e a instalação de alguns moradores que são beneficiados pelo comércio decorrente da abertura da Estrada Dona Francisca. Já na análise das reportagens veiculadas na imprensa notamos uma valorização da Serra por alguns elementos ali presentes que o singularizam, tais como a grande reserva de mata atlântica preservada que o identifica como um patrimônio ambiental da região norte de Santa Catarina, as construções utilizando a técnica enxaimel, os engenhos e alambiques edificados no passado, além de algumas atividades festivas e gastronômicas relacionadas como práticas ancestrais de seus moradores. Por fim, é importante ressaltar que essa pesquisa encontra-se em desenvolvimento podendo vir a ser incorporados outros elementos a contribuir com novas leituras sobre essa localidade.