16º Seminário de Iniciação Científica

De 17/10/2011 à 21/10/2011

O processo de modernização da agricultura na Província de Santa Catarina durante o Império

Palavras-chave: acesso a terra , processo de modernização da agricultura, Império

A pesquisa desenvolvida faz parte de um projeto coordenado pela professora Eleide Findlay sob o titulo de “Representações acerca do acesso a terra e do processo de modernização da agricultura na Província de Santa Catarina durante o Império”, que tem como objetivo ampliar os estudos desenvolvidos sobre a ocupação territorial da região da baia da Babitonga. O procedimento metodológico adotado foi a pesquisa documental tendo como premissa que as fontes documentais contribuem de significativamente para produção de conhecimento sobre a história econômica de uma sociedade.Nesse sentido procedeu-se a coleta de informações nos relatórios enviados e falas dos Presidentes da Província de Santa Catarina à Assembléia Legislativa do Estado no período de 1835 a 1890. Os dados foram agrupados em planilhas com os temas que permitissem a identificação da opinião dos governantes provinciais a respeito de terras devolutas, colonização e agricultura. Os resultados indicam que uma das formas de ocupação territorial da província e do nordeste catarinense, a distribuição de terras devolutas, era considerado como um mecanismo utilizado pelos governantes para fazer avançar a fixação da população, e o desenvolvimento da agricultura como um empreendimento econômico exitoso. Ao mesmo tempo, entendiam ser a colonização estrangeira outra excelente medida para o aumento de trabalhadores agrícolas, alem do que os estrangeiros desempenhariam o papel de introdutores de novas práticas e técnicas produtivas que poderiam e deveriam servir de modelo para os nacionais. A racionalização do trabalho era o objetivo para que a indústria agrícola aumentasse sua eficácia, melhorasse a cultura e variedade dos gêneros agrícolas. A formação de colônias estrangeiras no território da Província tinha respaldo na Lei de Terras de 1850 que estabeleceu os critérios e incentivos para o estabelecimento de estrangeiros e, no caso catarinense mais especificamente de europeus, para fazer prosperar a agricultura nos moldes da produção capitalista. Para tanto era necessário evitar que a indústria agrícola ficasse submetida somente a ação exclusiva do tempo e dos acontecimentos. Portanto, a ação governamental deveria ir alem da criação da infraestrutura para a comercialização dos produtos, mas estimular o desenvolvimento de estudos visando à melhoria dos gêneros produzidos. Em relação à propriedade agrícola predominava a pequena produção já que as próprias propriedades tinham dimensões consideradas pequenas frente às dimensões da grande agricultura predominante em outras regiões do país.

ISSN: 1807-5754