É fato que não se pode relacionar o declínio das exportações somente a desvalorização do dólar frente à valorização do real. Há uma gama de fatores relacionados aos problemas atuais da comunidade exportadora de móveis de São Bento do Sul que certamente alcançaram proporções significativas para a competitividade no mercado global. Juros altos, custos das transações bancárias excessivos, liquidez financeira das empresas, concorrência no produto de mercados com logísticas mais atraentes e uma longa lista de dificuldades enfrentas diariamente pelas empresas. Algumas resolveram desenvolver novas linhas de produtos para trabalhar com maior ênfase no mercado interno, outras, infelizmente, fadaram ao insucesso das exportações e não conseguiram alternativas de mercado. Há uma grande preocupação com o quadro negativo em que se encontram estas empresas, anteriormente grandes exportadoras de móveis e que destinavam a maior parte de sua produção ao mercado externo. Dentre os motivos citados, podemos promover uma grande discussão do tema e desenvolver uma pesquisa nesta área, a saber: “Estudo de viabilidade logística da movimentação de containers nas empresas exportadoras do ramo moveleiro de São Bento do Sul, considerando a opção dos diversos terminais portuários, sua relação do custo-benefício nos itinerários pesquisados.” O trabalho foi iniciado com um questionário realizado em seis empresas exportadoras do ramo moveleiro e dois despachantes aduaneiros, analisando qual a dinâmica do contexto das atividades integradas à logística do fornecedor até o cliente, no que diz respeito às transações que ocorrem nas empresas exportadoras, compreendendo como foco inicial a movimentação de containers bem como o custo-benefício das operações. Como já citado, um dos deméritos do escoamento de nossas exportações é relacionado ao fator logístico e esta, conforme pesquisa de campo tem interferido nos custos absorvidos e, as mais das vezes, tendo que ser repassado ao produto comercializado. Temos uma linha viária bastante precária, com vários pontos de cobrança de pedágios, somos um país auto-suficiente em petróleo e temos um dos combustíveis mais caros do mundo, sem contar, na dificuldade de escoamento de nossas exportações nos portos de Santa Catarina. Vemos que por um longo período ainda, o mercado global interferirá diretamente no funcionamento de nossas empresas e, conseqüentemente, em nossos custos fabris, logísticos e humanos. Há muitos problemas para se resolver no setor moveleiro, não obstante, há a necessidade urgente da intervenção de nossos governantes para a competitividade dos nossos produtos no mercado externo, seja com benefícios fiscais, seja com, acordos econômicos bilaterais.