8º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 14/05/2012 à 18/05/2012

Representações acerca do acesso a terra e do processo de modernização da agricultura na Província de Santa Catarina durante o Império

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Representações , terra, modernização

A pesquisa teve como objetivo caminhar através da perspectiva das representações acerca das formas de acesso à terra e a modernização produtiva da Província de Santa Catarina presentes nos discursos políticos e jornalístico visando aprofundar os estudo relativos a história fundiária, ou historia agrária, da região dos municípios do nordeste catarinense. A periodização estabelecida foi a anterior e a posterior ao estabelecimento da Lei de Terras, em 1850, na medida em que a forma de acesso à terra foi modificada em decorrência da legislação, e também por permitir a verificação das implicações do ato legal para o progresso econômico. A metodologia baseou-se na pesquisa documental tendo como premissa que poderiam fornecer o substrato das representações cotidianas e do pensamento complexo que permearam momento histórico objeto de estudo. Para proceder ao levantamento dos documentos governamentais foi utilizado o meio eletrônico, já que, os relatórios dos Presidentes da Província estão digitalizados e disponíveis no site do Center for Research Libraries (CRL). No Arquivo Histórico de Joinville- AHJ- a fonte de dados foi o jornal a Gazeta de Joinville, a partir do ano de 1877, numero 1 do Ano 1 até o ano de 1879. Convém salientar que essa era a única publicação liberada para consulta ao publico devido ao processo de desinfecção a que foi submetido todo o acervo do Arquivo. As informações coletadas permitiram que se verificasse que no discurso governamental e jornalístico existe uma convergência em relação à representação elaborada acerca da criação de colônias estrangeira como forma de acesso a terra e principalmente como a fonte de modernização da atividade produtiva, na medida em que os nacionais eram identificados como pouco inovadores e mais dedicados a reprodução das práticas desenvolvidas por seus familiares. Pode-se constatar que os sistemas de referências utilizados para classificar pessoas e grupos além da interpretação da vida cotidiana contribuíam para a consolidação da figura dos lavradores pobres e brancos como pessoas destituídas de capacidade para serem o elemento impulsionador do progresso tão necessário a Província de Santa Catarina. Enfim, como a historiografia tem demonstrado, a cristalização das representações sobre o nacional como desqualificado, indolente e vadio foi gestada no período imperial e continuou na visão republicana.

Apoio / Parcerias: FAP;Univille

ISSN: 1808-1665