8º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 14/05/2012 à 18/05/2012

O texto dramático para ressignificar a discurso da não-violência

Palavras-chave: linguagem, violência, dramaturgia

A preocupação com o nível de violência na sociedade atual tem motivado o surgimento de inúmeros projetos com objetivo de provocar uma mudança de comportamento. Nessa perspectiva, foi proposto o projeto de extensão “Linguagem da não-violência na escola: educando para a paz”, que tem como objetivo conscientizar de que a linguagem pode ser usada de forma violenta. A escolha pelo espaço escolar se deve a premissa de que as novas gerações devem ter a oportunidade de compreender as ideologias, os valores e os princípios presentes nas relações sociais de tal forma que consigam se transformar e transformar a realidade. Uma das formas de propiciar essa transformação, segundo Fairclough (2001), é mediante a leitura crítica de diferentes gêneros textuais, já que muitos deles se constituem pela ideologia hegemônica, que representa uma forma simbólica de violência àqueles que não pertencem à classe dominante. A relação de poder que rege as relações de trabalho e sociais é uma forma de violência que constitui o tecido social, sendo materializada pela linguagem (palavra e imagem), pois para Vigotski (1996) a linguagem (instrumento simbólico e mediador) constitui nossa maneira de ser e de intervir no mundo. Dos inúmeros gêneros textuais existentes, o texto teatral pode mostrar o comportamento social e moral de forma mais contundente, assim foi proposta uma oficina, no ano de 2011, com alunos do ensino fundamental. A metodologia foi baseada nos pressupostos do teatro-educação que utiliza recursos da linguagem teatral a fim de favorecer o desenvolvimento da imaginação, criatividade, reflexão e espírito crítico, sendo a sequência didática constituída dos seguintes passos: 1°) mobilização para o tema; 2°) preparação de mímicas que representam atos violentos; 3°) apresentação das mímicas; 4°) leitura e compreensão coletiva do texto “Médico à força” (adaptado de Molière); 5°) adaptação livre em dupla; 6°) socialização e discussão. A participação dos alunos foi significativa, pois pode-se perceber que houve uma compreensão de que a violência pode estar presente em qualquer esfera da vida.

ISSN: 1808-1665