17° Seminário de Iniciação Científica
De 15/10/2012 à 19/10/2012
Comparação entre a taxa de filtração glomerular estimada através das equações Crockoft-Gault e MDRD
- GABRIEL CLÈVE NICOLODI, Graduando, gabrielnicolodi@gmail.com
- Eduardo Tomazoni, Graduando, eduardo_tomazoni@hotmail.com
- Helbert do Nascimento Lima, Dr(a), medicina@univille.br
- Norberto Luiz Cabral, Dr(a), medicina@univille.br
- Anderson Ricardo Roman Gonçalves, Dr(a), roman@netvision.com.br
Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville
Palavras-chave: TFG taxa de filtração glomerular, CG crockoft gault , MDRD
Introdução: a taxa de filtração glomerular (TFG) é utilizada clinicamente para análise da função renal, em geral através de fórmulas simplificadas que utilizam a creatinina sérica como parâmetro. As equações mais utilizadas em nosso meio são a de Crockoft-Gault (CG) e a Modification of Diet in Renal Disease de 4 variáveis (MDRD). Medidas pelos dois métodos são altamente correlacionadas, mas não necessariamente concordantes. Em nosso meio não há comparação dos dois métodos em populações específicas.
Metodologia: estudo retrospectivo em que foram utilizados dados clínico-laboratoriais de 1601 pacientes vítimas de acidente vascular cerebral, do projeto JOINVASC, de 2005 a 2007, da cidade de Joinville - SC, com dados suficientes que permitissem cálculo das fórmulas de CG e MDRD. Ambos os resultados foram comparados utilizando-se o método estatístico de avaliação de concordância, preconizado por Bland e Altmann (1986). Para o caso dos valores serem excessivamente discordantes, foi realizada análise univariável entre grupos criados com base na variação ± 20% de uma fórmula para outra.
Resultados: ambos os métodos são altamente relacionados (coeficiente de correlação de Pearson = 0,803), mas com uma diferença média entre valores para o mesmo paciente de -3,8 ± 19,7 ml/min (MDRD fornecendo valores maiores). Pelo gráfico de Bland Altmann, a variação matemática considerada adequada é largamente superior à diferenças clinicamente aplicáveis: variação de 38,6 e -42,5 ml/min. Essa grande variação não melhorou com o cálculo da variação percentual: -7,5±25,2% (+41,6 a -57%). Arbitrariamente consideramos aceitável uma variação de 20% entre os métodos e criamos um grupo com variação ± 20% e o grupo com variações > ± 20%.
Conclusão: as fórmulas CG e MDRD apresentam baixa concordância e não devem ser consideradas intercambiáveis em populações como a estudada. A variação é maior que 20% em mulheres, com idade maior, com creatinina plasmática menor, com superfície corporal menor e em diabéticos. Além disso, a variação menor que 20% foi associada com níveis maiores de colesterol plasmático e ácido úrico. Estudos adicionais devem ser realizados para compreender melhor esses achados.
ISSN: 1807-5754