18° Seminário de Iniciação Científica

De 21/10/2013 à 25/10/2013

Estudo de vestígios faunísticos no Sambaqui Cubatão I, Joinville/SC - Aportes preliminares sobre o papel dos animais no cotidiano de povos pré-coloniais

Palavras-chave: Zooarqueologia, Sambaqui, Cubatão I

A Baía da Babitonga, localizada no norte do Estado de Santa Catarina, é considerada uma região fundamental para o entendimento dos sambaquis, tendo em vista a grande presença e a rica cultura material associada aos mesmos (FIGUTI, 2009). Uma questão fundamental na pesquisa de sambaquis diz respeito à dieta, e para isso geralmente recorre-se a estudos de zooarqueologia (SCHEEL-YBERT et al. 2006). O presente projeto “Estudo de vestígios faunísticos no Sambaqui Cubatão I, Joinville/SC - Aportes preliminares sobre o papel dos animais no cotidiano de povos pré-coloniais” visa contribuir para o melhor entendimento do comportamento sambaquiano quanto à alimentação, produção de artefatos ósseos e banquetes funerários, pois o sítio apresenta sepultamentos; além de contribuir para salvar informações zooarqueológicas, uma vez que está perdendo-se material pela erosão da porção nordeste do sambaqui Cubatão I. Este foi alvo da pesquisa “Escavação do Sambaqui Cubatão I, Joinville, SC para fins de Análise Paleodemográfica, Paleopatológica e Bioarqueológicas”, projeto que o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (MASJ) desenvolve desde 2007 em parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE-USP), a Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ e o CNRS/França. O Sambaqui Cubatão I localiza-se na margem direita, próximo a foz, do Rio Cubatão, no Canal do Palmital. A metodologia empregada aos estudos de zooarqueologia compreende coleta, curadoria, análise e interpretação de vestígios faunísticos (BANDEIRA, 2007). Durante a análise são identificados os elementos esqueletais, juntamente da sua lateralidade, de sua taxonomia (preferencialmente em nível de espécie), avaliação do estado de conservação e a presença de marcas ou vestígios. Para identificação taxonômica, está se consultando a coleção osteológica de referência do MASJ e bibliografia específica, eventualmente, também, especialistas. Para o gerenciamento dos dados zooarqueológicos está usando-se o software Archaeobones 1.2, que se baseia na formação de lotes numerados sequencialmente, onde além das informações básicas para identificação da origem das peças é possível incluir informações sobre taxonomia, anatomia e tafonomia das peças. As diversas opções oferecidas pela bibliografia para os cálculos de NISP e NMI foram contempladas pelo programa, já entrando na interpretação de vestígios faunísticos. Espera-se, com este trabalho, colaborar na ampliação de conhecimento sobre os hábitos alimentares de povos sambaquianos, e dar início a proposta de montagem da coleção osteológica de referência da Univille, considerada uma ferramenta muito útil para os trabalhos em zooarqueologia.

Apoio / Parcerias: Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville (MASJ)

ISSN: 1807-5754