18° Seminário de Iniciação Científica

De 21/10/2013 à 25/10/2013

Abelhas e plantas apícolas na estação ecológica do bracinho, Joinville/ SC

Palavras-chave: Apifauna, Conservação, Interação

Entre abelhas e plantas, existe uma relação de mutualismo já que estes insetos polinizam os vegetais enquanto buscam seu alimento, permitindo a continuidade da biodiversidade. Levantamentos de abelhas e plantas associadas permitem o entendimento da dinâmica ecológica. Não há dados em Santa Catarina para ambientes associados a corpos d´água artificiais. Este estudo objetivou o levantamento das espécies de abelhas e seus recursos forrageiros, na Estação Ecológica do Bracinho, criada em torno da represa hidrelétrica do rio do Bracinho, em Joinville/ SC. As abelhas foram capturadas com redes entomológicas, ao longo de transectos, sobre plantas floridas, uma vez por mês, das 9:00h às 16:00h. Foram também utilizados pratos-armadilha, expostos durante todo o horário de coleta. Indivíduos das espécies Apis mellifera e Trigona spinipes foram apenas contabilizados. As plantas associadas às abelhas foram fotografadas e coletadas. Temperatura e umidade relativa foram anotados. As abelhas e as plantas foram preparadas para identificação e conservação. Todas as informações foram incorporadas em banco de dados. Foram realizadas 18 coletas, de março/ 2012 a agosto/ 2013 (esforço de coleta de 252 horas). As plantas totalizaram 100 espécies, de 54 famílias. As famílias mais visitadas foram Rosaceae, Asteraceae, Lythraceae e Arecaceae e as espécies mais procuradas foram Rubus rosifolius (Rosaceae), Sphagneticola trilobata (Asteraceae), Cuphea gracilis (Lythraceae) e Rhododendron simsii (Ericaceae). Foram amostradas 1467 abelhas (428 coletadas), de 59 espécies, das cinco subfamílias do Brasil. As subfamílias mais amostradas foram Apinae (1219 indivíduos) e Halictinae (207). Houve amostragem de 432 indivíduos da abelha exótica Apis melífera. Das espécies nativas, as mais amostradas foram Trigona spinipes (563 indivíduos) e Paratrigona subnuda (47), ambas Apinae, que incluiu outras 24 espécies dos gêneros Bombus, Melipona, Partamona, Plebeia, Schwarziana, Ceratina, Xylocopa, Centris, Melissoptila, Exomalopsis e Paratetrapedia. Halictinae teve 13 gêneros amostrados (Augochlora, Augochlorella, Augochloropsis, Paroxystoglossa, Pereirapis, Pseudaugochlora, Neocorynura, Agapostemon, Dialictus, Oragapostemon, Pseudagapostemon, Ptilocleptis e Sphecodes), tendo Augochlora 44,7% dos indivíduos. Megachilinae evidenciou 7 espécies de 2 gêneros (Megachile e Coelioxys). Andreninae, com 6 espécies de 4 gêneros (Anthrenoides, Psaenythia, Rhophitulus e Callonychium). Colletinae esteve representada por Tetraglossula anthracina, espécie ainda não citada para Santa Catarina. Nove espécies amostradas também não constam para SC: Augochlora foxiana, Centris bicolor, Centris tarsata, Megachile susurrans, Melipona bicolor, Melipona marginata, Melissoptila cnecomala, Psaenythia bergii, Rhophitulus flavitarsis, Xylocopa frontalis e os gêneros Agapostemon, Halictillus e Pereirapis. A presença de espécies ainda não citadas confirma a importância das unidades de conservação assim como dos estudos sobre biodiversidade.

Apoio / Parcerias: FAP (Fundo de Apoio à Pesquisa)

ISSN: 1807-5754