18° Seminário de Iniciação Científica

De 21/10/2013 à 25/10/2013

Ecologia reprodutiva das aves aquáticas no ninhal da desembocadura do Rio Pedreira, São Francisco do Sul, SC.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Rio Pedreira, reprodução, aves aquáticas

As aves da família Ardeidae formam colônias, ou seja, agregados mono ou multiespecíficos de vários casais que constroem seus ninhos próximos uns dos outros. O presente estudo, realizado na desembocadura do Rio Pedreira, na Baía da Babitonga, teve como objetivo avaliar a ecologia reprodutiva das aves aquáticas que se reproduzem neste manguezal. Os ninhos foram observados semanalmente, durante toda a temporada de reprodução, de agosto de 2012 a março de 2013. Foram identificadas três espécies nidificando: Nyctanassa violacea (63 ninhos), Egretta thula e Egretta caerulea, sendo que os ninhos do gênero Egretta (107 ninhos) não foram diferenciados por espécie, devido à semelhança entre ovos e filhotes. Para 36 ninhos não foi possível a identificação, pois não houve postura de ovos. A árvore mais utilizada como suporte dos ninhos foi Avicennia schaueriana, com 79,37% dos ninhos de N. violacea e 77,57% dos ninhos de Egretta spp.. A altura média das árvores que serviram de suporte para os ninhos foi de 8,14m (±2,29) e o diâmetro a altura do peito (DAP) de 11,05cm (±4,27), sendo que N. violacea construiu seus ninhos em árvores com DAP significativamente maior que Egretta spp. (t=2,200; p=0,029), refletindo a necessidade da primeira por árvores robustas, já que os filhotes são maiores. Nyctanassa violacea construiu seus ninhos a uma altura média de 4,47m (±1,34), inferior a Egretta spp. (5,56m; ±1,49) (t=-4,773; p<0,0001), demonstrando estratificação vertical que contribui para evitar competição por espaço, mas que pode estar associada à estrutura da vegetação. Foram estimados 126 adultos para N. violacea e 214 para Egretta spp.. O tamanho médio da postura para N. violacea foi de 2,47 ovos (±1,02; n=34; 1–7 ovos) e para Egretta spp. de 2,65 ovos (±0,59; n=54; 1–4 ovos). Nyctanassa violacea teve um sucesso de eclosão e sucesso reprodutivo até juvenil fase I, de 47,62% (n=58) e 38,23% (n=54), respectivamente, enquanto que para Egretta spp. os sucessos foram de 54,85% (n=79) e 33,91% (n=72), respectivamente. O baixo sucesso encontrado pode estar relacionado à intensa pressão antrópica na área, que está localizada em um centro urbano e ao lado do Porto de São Francisco do Sul. O estuário da Baía da Babitonga possui apenas três áreas de formação de colônias de aves aquáticas, sendo assim, o monitoramento dessas colônias é de extrema importância, pois além de fornecer informações sobre a ecologia reprodutiva das espécies, contribui para a conservação do local.

Apoio / Parcerias: Apoio: bolsa de Iniciação Científica custeada pelo Estado de Santa Catarina, por meio do Artigo 170 da Constituição Estadual.

ISSN: 1807-5754