O design de armários domésticos com parâmetros ergonômicos (saúde, segurança, eficiência e conforto) pode otimizar a habitabilidade de Habitações de Interesse Social (HIS), ou seja: evitar desgastes físicos e acidentes; otimizar o desempenho humano nas atividades cotidianas; estimular a afetividade relativa ao lar. Assim, o design pode contribuir para a qualidade de vida dos usuários; para a sustentabilidade do projeto arquitetônico; e para a sustentabilidade do órgão que as implantou. O objetivo desta pesquisa é levantar oportunidades e ameaças para o desenvolvimento de macro projetos voltados à usabilidade de armários e à habitabilidade em HIS. Macro projetos englobam o projeto arquitetônico e o de design para potencionalizar a funcionalidade de espaços habitacionais reduzidos. Para (a) revisar na bibliografia pertinente informações científicas sobre a relação ergonômica do usuário com seu mobiliário doméstico e sua habitação reduzida, escolheu-se realizar uma revisão bibliográfica. Este procedimento encontra-se em andamento. Para (b) levantar macro projetos existentes no Brasil e no mundo, escolheu-se realizar uma análise sincrônica. Nessa etapa, foi possível levantar na internet inúmeros produtos multifuncionais para espaços habitacionais reduzidos, desenvolvidas em todo o mundo desde 1899, quando o inventor americano Leonard Bailey patenteou a cama dobrável. Foi possível identificar diversas marcas especializadas nesses produtos, como a italiana Resource Furniture, a alemã Miniki, as suecas Matroshka Furniture e Avesund. Também foi possível estabelecer uma classificação, para esses produtos: móveis de alvenaria (embutidos na fase de construção da habitação); móveis transformáveis (possuem diferentes configurações para realizarem diferentes funções); móveis contêiners (acumulam diversas funções em uma forma compacta); camas de parede; micro casas; macro projetos (a habitação é projetada e produzida junto aos móveis); plataformas funcionais (elevam parte do cômodo para criarem um espaço baixo para estocagem); e super reformas (complexas intervenções que potencializam a funcionalidade de pequenos ambientes, popularizadas pelo arquiteto chinês Gary Chang). Para (c) identificar oportunidades e ameaças de macro projetos para HIS, escolheu-se realizar uma análise FFOA (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Nessa etapa, foi possível perceber que os produtos em estudo oferecem vantagens de espaço e funcionalidade, porém apresentam problemas de segurança e custo que podem limitar sua adequação à HIS. Finalmente, para (d) sistematizar as possíveis soluções projetuais interessantes e viáveis para macro projetos de HIS, no contexto estudado, escolheu-se realizar lista de requisitos, painel semântico e nuvem de tags. Essas técnicas constituem a próxima etapa da pesquisa.