3° Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão - SIEPE

De 21/05/2007 à 25/05/2007

Caracterização de lodo de efluentes sanitário e industrial visando avaliar sua utilização como biomassa na geração de energia

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: lodo, biomassa, geração de energia

Uma tendência mundial para a destinação dos resíduos sólidos diversos (domésticos, industriais, agrícolas, lodos industrial e sanitário) é o processo de incineração/gaseificação, a partir do qual a queima destes pode ser utilizada para a geração de energia, proporcionando minimização de impactos ambientais e principalmente, vantagens econômicas com relação à aquisição de combustíveis e destinação final. Esta possibilidade associada à preocupação ocasionada pelas intermitentes crises do petróleo tem sido objeto de estudos para sua utilização como fonte alternativa de energia, uma vez que possuem características e comportamento à combustão semelhante às principais biomassas já utilizadas para tal propósito. Desta forma, este trabalho teve como objetivos, a priori, caracterizar física e quimicamente amostras de lodo de efluentes sanitário (de estação de tratamento biológico, sistema de lagoas) e industrial (de estação de tratamento de uma indústria de papel e celulose, sistema biológico aeróbico) antes e após sua queima. Inicialmente, as amostras foram secas em secador tubular e submetidas à lixiviação, segundo ABNT NBR 10.005/1987. Após, foram submetidas às análises de espectroscopia no infravermelho para identificação e quantificação de nitrogênio total, sulfato e sulfeto e de dicromometria de refluxo aberto para carbono orgânico total. Observou-se que a concentração de nitrogênio encontrado no lodo sanitário, de 74,0 mg/Kg, é relativamente maior do que valores apresentados na literatura, possivelmente, em conseqüência do tipo e do tempo de retenção no sistema tratamento do efluente. Outro ponto importante é o teor de carbono orgânico total das amostras, de 69% para o lodo sanitário e 60 % para o industrial, confirmando que são materiais predominantemente orgânicos, possibilitando seu uso como biomassa na geração de energia. Os teores de cinzas foram determinados a partir da queima das amostras em mufla, a 870 °C, por 1 hora, obtendo-se valores de 26,55% ± 0,33 para o lodo sanitário e de 13,76% ± 0,34 para o industrial; sendo aceitável para o sanitário, porém alto para o industrial. Tal desvio, possivelmente, ocorreu devido à combustão incompleta por falta de oxigênio na queima. Análises realizadas após lixiviação destas cinzas demonstraram baixas concentrações de nitrogênio total e sulfatos/sulfetos, assim como no lodo antes da queima, podendo-se esperar baixos níveis de emissão de compostos nitrogenados (NOx) e sulfurosos (SOx) na queima. No entanto, faz-se necessária uma análise termogravimétrica para testar a viabilidade destas biomassas na geração de energia, como também um estudo mais detalhado dos gáses da queima.

ISSN: 1808-1665