3° Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão - SIEPE

De 21/05/2007 à 25/05/2007

Produção de biogás a partir de biomassa residual gerada na industrialização da banana: Etapa II.

Universidade da Região de Joinville, Univille, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: biogás, biodegradabilidade, metanização

A região nordeste de Santa Catarina é grande produtora de banana e produtos derivados, onde são geradas cerca de 120 mil toneladas/ano de resíduos vegetais. Uma das possibilidades de aproveitamento e valorização desses resíduos é a geração de biogás a partir da sua decomposição anaeróbia por microrganismos procarióticos. Além de produzir um biogás de alto poder calorífico (6 kWhm3), cuja queima não produz gases tóxicos, esse processo deixa como resíduo um lodo que é um excelente biofertilizante a ser reaplicado na agricultura. Diante dessa conjuntura, foi iniciado em 2005, na Univille, trabalho de pesquisa com o objetivo de verificar as viabilidades técnicas e econômicas da produção de biogás empregando como carga do gerador os resíduos agroindustriais engaços, folhas, pseudo-caule e cascas de banana, indústria da região. O projeto foi divido em três etapas: (1) caracterização física e química dos resíduos, (2) determinação da biodegradabilidade dos resíduos, (3) produção e caracterização do biogás gerado em diferentes condições operacionais do processo. Com a realização da primeira etapa foi possível verificar que todos os quatro tipos de resíduos possuem potencialidade para a geração de biogás sem a necessidade do acréscimo de nutrientes para a metanização. Na segunda etapa foi verificado que, com exceção ao engaço, os demais resíduos apresentaram degradação completa após 30 dias de biodigestão. Os maiores valores específicos de redução percentual da DQOfiltr, com 15 dias de processo, foram observados com o emprego das cascas de bananas (68,3±10,3 %) e com as folhas das bananeiras (70,8±6,8 %). Considerando que na instalação futura de um biodigestor industrial deve-se procurar empregar de forma conjunta todos os resíduos biodegradáveis (visando uma maior praticidade na operação do sistema) recomenda-se, para a continuidade desse trabalho e como ponto de partida da etapa 3 do projeto, uma carga inicial de alimentação do biodigestor (processo contínuo) composta por (em sólidos totais) 50% de cascas, 25% de folhas e 25% de pseudocaule, com tempo de residência hidráulica de 15 a 30 dias. O ajuste dessa composição com aquela gerada no campo deve ser buscado visando um melhor aproveitamento e maior valorização da biomassa disponível.

ISSN: 1808-1665