3° Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão - SIEPE

De 21/05/2007 à 25/05/2007

Biorremediação de efluentes da indústria de papel e celulose por Pleurotus spp

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: biorremediação, organoclorados, Pleurotus

O grande volume de água utilizado nos processos de branqueamento e o descarte dessas águas residuárias, contendo organoclorados, constituem um dos mais sérios problemas ambientais do setor de celulose e papel. Este processo é responsável pela geração de efluentes com alta demanda bioquímica de oxigênio, turbidez, cor, sólidos em suspensão e devido a presença de organoclorados, são em geral, altamente tóxicos, carcinogênicos, de difícil degradação natural e tendem a se bioacumular no meio ambiente. Embora muitos esforços tenham sido dedicados à substituição do cloro como insumo de branqueamento, com o objetivo de minimizar o teor de compostos organoclorados nos efluentes, o seu impacto ambiental continua bastante preocupante. De maneira geral, procura-se uma alternativa que permita não somente a remoção das substâncias contaminantes, mas sim a sua completa mineralização. Devido ao sistema enzimático ligninolítico (manganês peroxidase (MnP), peroxidase (PV) e lacase), Pleurotus sp. possuem a capacidade de se desenvolver em qualquer resíduo que contenha celulose, hemicelulose e lignina sem a necessidade de uma fermentação prévia do substrato. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo estudar a capacidade de Pleurous ostreatus e P. sajor-caju em degradar diferentes concentrações de 2,4, diclorofenol (DPC) e 2, 4, 6 TCF, importantes poluentes encontrados nos resíduos da indústria de papel e celulose. Os experimentos foram conduzidos em frascos de Erlenmeyer de 500 mL, contendo 100 mL de extrato de trigo acrescido de glicose (0 a 10 g/L) e a substância organoclorada (2,4DCP ou 2,4,6 TCP) nas concentrações de 5mg/L a 30mg/L. Os resultados obtidos neste trabalho revelaram que o crescimento de P. sajor-caju foi inferior ao crescimento de P. ostreatus independente da condição de cultivo. Quanto à velocidade de consumo de 2,4 DCP, para ambos os microrganismos verificou-se que ela foi maior nas condições onde a biomassa era maior, independente da concentração do organoclorado testada. No entanto, quando 2,4,6 triclorofenol foi utilizado, observou-se um efeito tóxico significativo sobre o crescimento celular, para ambas as espécies, o que diminuiu a sua degradação. Sendo assim, foi introduzido um objetivo neste trabalho para verificar como ocorrerá a degradação do organoclorado (2,4DCP ou 2,4,6 TCP) já tendo a biomassa sido formada, de forma que eliminaríamos o efeito tóxico sobre o crescimento celular (e consequentemente o consumo de glicose), o que nos permitirá avaliar apenas a capacidade de degradação dos organoclorados pelas espécies P. ostreatus e P. sajor-caju. Estes ensaios estão sendo finalizados.

ISSN: 1808-1665