3° Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão - SIEPE

De 21/05/2007 à 25/05/2007

Comparação do índice de condição do mexilhão Perna perna (Linnaeus, 1758) cultivado em ambiente praial e estuarino na região de São Francisco do Sul.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: Indice de condição, mexilhão, Perna perna

Na maricultura mundial o cultivo do mexilhão contribui significativamente com a produção de alimento no setor pesqueiro e, no Brasil, o estado de Santa Catarina, é líder nesta atividade, cultivando a espécie Perna perna. Uma característica destes organismosé que o tecido germinativo se estende por todo o manto, equivalendo de 70 a 30% do peso da carne. O Índice de Condição identifica a quantidade de gametas em relação ao peso ou volume total do mexilhão, variando na medida em que este produz ou libera material reprodutivo. Nos cultivos, o monitoramento determina o período de colheita e coleta de larvas, contribuindo assim, também na preservação dos bancos naturais. O objetivo deste trabalho foi avaliar através do monitoramento do I.C dois ambientes de cultivo, identificando onde o mexilhão apresenta maior índice de condição e, conseqüentemente, maior produtividade. Foram analisados mexilhões cultivados na Praia de Enseada, um ambiente praial, e na baía da Babitonga, um ambiente estuarino. As coletas foram realizadas quinzenalmente no período de junho/2005 a junho/2006, sendo retirados 30 mexilhões de cada local com comprimento entre 7 e 8 cm. Os mexilhões foram individualmente pesados, medidos e determinado o sexo pela observação da coloração do manto (machos branco / fêmeas alaranjado). A identificação do estádio do ciclo sexual se fez pelo aspecto do manto, descriminado os imaturos dos maturos, sendo este subdividido em 3 estadios: manto repletos de gametas (estádio A); manto pouco espesso podendo se tornar transparente (estádio B); fase de gametogênese, havendo restauração dos folículos no mando (estádio C). O I.C. foi determinado retirando os tecidos (partes moles) do molusco, pesando este material e o transferindo individualmente para uma estufa para obtenção do peso seco. Com estes dados se calculou do I.C. pela fórmula: IC = peso seco das partes moles / (peso total – peso da concha seca). Os mexilhões da baía da Babitonga apresentaram uma média de I.C. superior (11,14) aos da Enseada (9,99) na maioria das coletas, com exceção da primeira quinzena de julho e março e segunda quinzena de agosto. O melhor desenvolvimento gonádico apresentado na maior parte do ano na baía da Babitonga pode estar relacionado com o aporte de nutrientes característico das regiões estuarinas. Porém, a confirmação desta característica só poderá ser realizada com os resultados dos estudos de composição de seston e da clorofila a dessas regiões. As diferenças de IC indicam claramente períodos diferenciados de desova mesmo para locais próximos geograficamente.

Apoio / Parcerias: SEAP;CNPq;Laboratório de Moluscos Marinhos - UFSC;UNIVALI;EPAGRI;PMSFS;Associação de Maricultores de SFS

ISSN: 1808-1665