3° Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão - SIEPE

De 21/05/2007 à 25/05/2007

Aleitamento materno e mortalidade infantil em Joinville: estimativa de óbitos evitáveis

Universidade da Região de Joinville, Univille, Joinville/SC, Brasil

Palavras-chave: aleitamento materno, mortalidade infantil, promoção da saúde

A mortalidade em crianças com idade inferior a 1 ano é um dos mais importantes marcadores da qualidade de vida e das condições de saúde de uma comunidade. No Brasil, tem-se observado, nas últimas décadas, uma redução significativa da mortalidade na infância, fruto, entre outros fatores, dos progressos sociais e da melhoria da assistência materno-infantil. Entre as ações estratégicas amplamente aceitas pela comunidade acadêmica para a prevenção de mortes na infância, destacamos o incentivo ao aleitamento materno. Estima-se que número significativo de mortes poderiam ser evitadas com a simples medida de garantir que lactentes jovens recebessem o leite humano como única fonte de alimentação, e fosse o aleitamento mantido pelo menos até o primeiro ano de vida. O objetivo deste estudo é descrever o perfil da mortalidade infantil e estimar o impacto possível da amamentação na redução dos óbitos em crianças menores de 1 ano no município de Joinville (SC). Trata-se de estudo transversal baseado nos dados da mortalidade infantil entre 2001 e 2005 e informações sobre amamentação a partir de um inquérito populacional realizado no Dia Nacional de Vacinação em 2005 no município de Joinville. Foi calculada a fração de mortalidade evitável por diarréia e infecção respiratória por faixa etária e o número de mortes preveníveis pelo aleitamento materno. Os resultados mostram que nesse período houve 258 óbitos infantis. Os resultados mostram um coeficiente de mortalidade infantil de 7,24 por mil, considerado bastante baixo para a realidade brasileira e mesmo do sul do país. As mães têm idade média de 24,2 anos, sendo 25,6% delas adolescentes. A escolaridade é boa (54% estudaram 8 anos ou mais), 49% são primíparas e 92% realizaram pré-natal. O índice de cesariana foi 50,2%, considerado bastante elevado. A maioria das crianças nasceu com baixo peso (69%) e foi classificada como de risco (80,5%), sendo 64,8% prematuras. Os coeficientes de mortalidade neonatal foi de 66,5% (51,4% precoce e 15,1% tardia), sendo que 91,5% das crianças obituaram antes dos 6 meses de idade. O impacto do aleitamento materno sobre a mortalidade infantil por diarréia e infecção respiratória foi insignificante (0,0373 óbitos evitáveis no período estudado), mostrando que em regiões desenvolvidas, as políticas públicas e a qualidade de vida são fatores determinantes do quadro de mortalidade infantil. Isso não siginifica obviamente que nestas regiões a prática do aleitamento materno possa ser negligenciada, uma vez que seu efeito protetor já está estabelecido e é inquestionável.

ISSN: 1808-1665