Muitos são os fatores que contribuem para o surgimento e o agravamento dos problemas ambientais pode-se mencionar: o crescimento populacional, a industrialização, a urbanização acelerada, a poluição e o esgotamento dos recursos naturais. O modo como esses fenômenos interagem, reproduzem-se e perpetuam-se vem causando a degradação crescente da qualidade de vida humana, com efeitos imprevisíveis para a saúde humana e a vida no planeta. Os empresários passaram a se preocupar com a proteção ambiental, não apenas como resposta a sanções legais, mas como um desafio à inovação no mercado globalizado. Neste contexto, torna-se importante os instrumentos de auto-regulação como o sistema de gestão ambiental apoiado na norma ISO 14000. Contudo, a adoção da norma tem gerado suspeita sobre sua eficácia em relação à melhoria da qualidade ambiental e da qualidade da saúde humana, da mesma forma que há dúvidas sobre a atuação dos profissionais na área ambiental da indústria. O estudo aqui apresentado tem como escopo identificar e analisar as bases epistemológicas que fundamentam o trabalho dos profissionais que atuam em gestão ambiental na indústria. O referencial teórico adotado, para análise dos dados, incorpora as teorias de conhecimento não convencionais como o Paradigma Paraeconômico proposto por Alberto Guerreiro Ramos e o Paradigma da Complexidade na visão de Edgar Morin. As categorias principais de análise foram abstraídas da pesquisa de campo e da base teórica., que possibilitou a formulação das bases epistemológicas que sustentam os fundamentos da prática dos profissionais que atuam na Gestão ambiental. A metodologia de pesquisa adotada é qualitativa, os sujeitos são 26 (vinte e seis) profissionais que atuam em programas de gestão ambiental de seis indústrias, certificadas pela ISO 14001, no Município de Joinville-SC. Conclui-se que as bases epistemológicas necessárias para atuar em gestão ambiental na indústria são complexas, multidimensionais e interdisciplinares. Elas requerem profissionais críticos e reflexivos, formados por uma universidade em que os currículos são projetados à guisa de uma prática reflexiva e de uma sociedade multicêntrica, fundamentada na delimitação organizacional, como uma tentativa sistemática de superar o processo de unidimensionalização da vida humana. Isso significa uma nova ordem paradigmática, necessária para superar a deteriorização do planeta e das condições de saúde humana. É exatamente este o ponto que os profissionais da gestão ambiental devem abranger suas atuações.