1ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 03/11/2014 à 07/11/2014

ESTUDO TOXICOLÓGICO DOS EFEITOS DE GASES DE COMBUSTÃO DE DIESEL S500 ABSORVIDOS EM ÁGUA

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: diesel, toxicidade, gases de combustão

O crescimento significativo dos modais de transporte movidos a diesel vem aumentando a descarga de poluentes na atmosfera, em decorrência da queima de combustíveis fósseis. Mesmo de posse dessa informação, não há dados disponíveis dos efeitos dessa poluição nos corpos hídricos, que acabam recebendo parte dos poluentes por meio do ciclo hidrológico ou por processos difusivos e convectivos diretos. Dessa maneira, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos tóxicos agudos dos gases de combustão de diesel S500 absorvidos em água para o organismo Daphnia magna. Para a execução do experimento foi montada uma coluna de absorção de leito empacotado, na qual foi conectado em sua base, o escapamento de um motor estacionário de ciclo diesel de 4,2 CV em contracorrente com um fluxo de água deionizada, abastecida pelo topo da coluna. O motor foi operado por 5 minutos utilizando Diesel S500 como combustível. A água proveniente do processo de absorção foi utilizada para quantificação de HPA total e pH, além de ser utilizada para testes de toxicidade com Daphnia magna nas concentrações de 0,1%, 0,05%, 0,025%, 0,01% e 0,005%. Foram seguidas as recomendações da norma técnica ABNT 12713:2009. Para a quantificação dos gases de combustão no topo da coluna foi utilizada a sonda Optima 7. Para a quantificação da HPA e pH na água, foram utilizadas a sonda Enviroflu e um pHgâmetro de bancada. A análise química de HPA apresentou uma concentração de 45,45 µg.L-1. O pH medido foi de 3,4. Os gases de combustão apresentaram concentrações de: CO: 739 ppm, NO: 6 ppm, NO2: 1 ppm, NOx: 7 ppm, SO2: 13 ppm. O baixo valor de pH pode ser explicado pela presença de compostos carbônicos, nitrosos e sulfurosos, que em meio aquoso liberam íons que acidificam a água. O resultado sugere que a queima desse combustível pode potencializar a existência de chuva ácida. No ensaio com D. magna, com 48 horas de duração, não houve mortalidade para nenhuma das concentrações. Dessa forma, sugere-se que as concentrações de compostos nitrosos, sulfurosos e carbônicos, além da combustão incompleta dos HPA presentes no diesel, podem alterar a composição físico-química da água, o que poderá desenvolver um ambiente adverso à biota aquática. Apesar de não terem sido observados efeitos agudos aos organismos estudados, pretende-se realizar novos ensaios com diferentes concentrações, visando encontrar os valores da CE50 de 48 h para D. magna.

Apoio / Parcerias: FAP/Univille, Artigo 170, CNPq, Branco motores, Borrachas NSO.

ISSN: 1808-1665