1ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 03/11/2014 à 07/11/2014

Hábito alimentar da toninha, Pontoporia blainvillei, na Baía da Babitonga e litoral adjacente

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: dieta, Pontoporia blainvillei, litoral norte

A Baía da Babitonga, no litoral norte de Santa Catarina, é o único lugar tipicamente estuarino onde a toninha (Pontoporia blainvillei) ocorre ao longo de todo o ano. Este é um dos golfinhos mais ameaçados de extinção do Atlântico sul ocidental, fato ocasionado principalmente pela captura acidental em redes de pesca e pela poluição marinha. A alimentação da toninha tem sido bastante estudada e já se sabe que ela consome uma variedade de presas, com cerca de 80 itens identificados ao longo de sua distribuição. O trabalho teve como objetivo estudar o hábito alimentar da toninha na Baía da Babitonga e litoral adjacente, comparando a dieta das toninhas que encontradas mortas no interior da Baía da Babitonga com aquelas encontradas no litoral adjacente, identificando as famílias e espécies de presas de maior importância na dieta e avaliando a importância relativa de cada espécie de presa. As amostras analisadas foram obtidas a partir de indivíduos encontrados mortos no litoral norte de Santa Catarina, entre Itapoá e Barra Velha, incluindo a Baía da Babitonga. O material foi coletado entre julho de 2001 e abril de 2014. As carcaças foram congeladas em contêiner frigorífico a -20oC e estão tombadas no Acervo Biológico Iperoba da Univille. O trato digestivo foi retirado durante a necropsia e amarrado na região anterior do esôfago e posterior do intestino ou do pilórico, para posterior análise. Foram analisados 11 estômagos de toninhas do interior da baía, sendo que dois estavam vazios (indivíduos que possuíam 62 cm e 68 cm, provavelmente só estavam ingerindo leite). As espécies e famílias de presas mais importante foram Stellifer rastrifer (Scianidae) (IIR = 4.344,62%), Pellona harroweri (Pristigasteridae) (IIR = 2.057,29%) e Cetengraulis edentulus (Engraulidae) (IIR = 156,25%). No litoral adjacente foram analisados 12 estômagos, sendo que somente um estava sem otólitos mas tinha bicos córneos de cefalópodes. As famílias de presa mais importantes foram Stellifer rastrifer (Scianidae) (IIR = 1.622,07%), Isopisthus parvipinnis (Scianidae) (IIR = 1.070,23%) e Pellona harroweri (Pristigasteridae) (IIR = 479,38%).. O hábito alimentar de Pontoporia blainvillei apresentou diferenças quando comparados animais encontrados mortos no interior da baía e no litoral adjacente, embora algumas espécies, como C. jamaicensis, S. rastrifer e P. harroweri, estarem presentes na dieta das toninhas das duas regiões. Esta informação contribui com os estudos sobre a ecologia da espécie que visam avaliar o grau de isolamento da população de toninhas que vive na Baía da Babitonga.

Apoio / Parcerias: Petrobras - Petroleo Brasileiro

ISSN: 1808-1665