1ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 03/11/2014 à 07/11/2014

Dieta de Nyctanassa violacea (Linnaeus, 1758) durante o período reprodutivo no ninhal da desembocadura do Rio Pedreira, São Francisco do Sul, SC

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Baía da Babitonga, dieta, Nyctanassa violacea

Nyctanassa violacea é um socó típico do manguezal, que possui uma dieta especializada em crustáceos, apesar de consumir outros itens alimentares. Necessitam regurgitar o material não digerível, o que pode fornecer informações sobre o hábito alimentar da ave. O presente estudo teve como objetivo a caracterização da dieta de N. violacea, durante o período reprodutivo na desembocadura do Rio Pedreira, Baía da Babitonga. Os regurgitos foram coletados utilizando cestos instalados abaixo dos ninhos, sendo que cada amostra correspondeu ao material acumulado no período de uma semana. As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e em laboratório foram triadas. Animais inteiros, quelas de crustáceos e outras partem de invertebrados foram identificados ao menor nível taxonômico, com o auxílio de manuais de identificação, ajuda de especialistas e coleção de referência. O material foi separado por táxon, contabilizado e pesado em balança de precisão. Foi analisada a frequência de ocorrência (FO), frequência relativa (FR) e peso relativo (PR) para cada táxon, em porcentagem. Foram coletadas 13 amostras, em três ninhos. Foram identificados 13 táxons, sendo nove caranguejos, dois camarões, um siri e um inseto (Orthoptera). O caranguejo Ucides cordatus apresentou a maior frequência de ocorrência (84,62%), seguindo de Eurytium limosum, Metasearma rubripes e Sesarma rectum, estes com frequência de ocorrência de 76,92%. Quanto à frequência relativa, os caranguejos prevaleceram na dieta com 93,11%, seguidos de Orthoptera (2,81%) e camarões (2,55%) (gêneros Alpheus e Macrobrachium) e siri (1,53%) (gênero Callinectes). Entre os caranguejos o mais representativo foi E. limosum (28,57%), enquanto Armases angustipes e Goniopsis cruentata, apresentaram uma frequência relativa de apenas 0,26%. Quanto ao peso relativo, U. cordatus foi o mais representativo (39,28%). A maioria dos estudos realizados no Brasil indicam U. cordatus como a presa mais frequente nos regurgitos de N. violacea. No presente trabalho esta espécie foi à segunda com maior frequência relativa (21,68%), mas foi a mais representativa quanto ao peso relativo, provavelmente por ser a presa que atinge maior tamanho dentre aquelas identificadas.

ISSN: 1808-1665