As pesquisas e análises de quadrinhos para sala de aula proporcionam, além do conhecimento em diversas áreas, novas concepções de didática da língua portuguesa e uma amplitude dentro da disciplina, para (futuramente) planejar e desenvolver planos de leitura e interpretação da escrita a partir desta ferramenta. A experiência no projeto contribuiu muito para a formação como acadêmico e futuro docente. As tirinhas, por seu caráter mais satírico e humorístico, dinamizaram as pesquisas e tornaram as análises um processo de formação integrado e contínuo, que além de cumprir as atividades do projeto, permitiu a exploração de outras ciências como política, economia e novas interpretações da arte, tendo em vista 2014 ser um ano de eleições presidenciais. Antes mesmo de selecionar o material foi necessário pesquisar em diversas fontes jornalísticas e órgãos de pesquisa para apropriar-se mais do tema abordado na tirinha, inteirando-se dos projetos, planos, propostas, emendas, histórico político e até gafes dos candidatos. Durante as pesquisas, foi focalizado principalmente quanto a estas contextualizações sociais, históricas e culturais em oposição a um mero acúmulo de tirinhas pré-selecionados sem fundamento lógico na escolha. Além de fontes de cunho informativo e noticiários, recorreu-se também a fontes bibliográficas para especificar algumas questões “chaves” dentro das tirinhas, que como leitor só se podem interpretar após diversas pesquisas. Como exemplo uma tirinha do argentino Quino, na qual a pequena Mafalda se diz cheia de James Bond e outras futilidades; numa análise inicial não é perceptível o caráter ideológico implícito, aparentemente uma aversão qualquer, mas ao pesquisar sobre a personagem, percebe-se a aversão pelo agente Bond devido este ser um agente de guerra, sempre entretido com armas e dinheiro e um personagem fictício da Guerra Fria. Assim, pode-se comprovar a utilidade dos quadrinhos em sala e suas diversas possibilidades como ferramenta de ensino e aprendizagem, considerando ainda sua atrativa linguagem visual, remetendo a temas com abordagens temáticas populares e atuais. Utilizar a linguagem escrita junto à linguagem gráfico-visual dos quadrinhos pode estimular o gosto pela leitura. Portanto, usar quadrinhos em sala de aula pode ser um rompimento na indiferença do aluno quanto à leitura e o princípio da formação de leitores críticos e coerentes.