1ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 03/11/2014 à 07/11/2014

Representações do Brasil e de brasileiros em museus de Portugal, República Tcheca, Inglaterra e Paraguai

Univille, Univille, Joinville

Palavras-chave: Representações, Museus, Brasil

A pesquisa em foco, desenvolvida pelo Grupo de Pesquisas “Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural” é resultado de estudos de pós-doutoramento, mestrados e iniciação científica e visa entender quais são as representações do Brasil e dos brasileiros encontradas nos museus de diferentes países, em especial aqueles que tiveram algum tipo de relação com o Brasil no século XIX. Foram estudados 85 museus em Portugal; um em Náhlov, na República Tcheca; um em Liverpool, na Inglaterra e dois em Assunção, no Paraguai. As metodologias utilizadas são interdisciplinares e qualitativas, transitando, principalmente, pelas áreas de História, Museologia e Sociologia e usam técnicas múltiplas com a preponderância de pesquisa de campo e análise de imagens e textos. Dentre os teóricos utilizados, destacam-se Roger Chartier, com o conceito de representações que dá base às discussões na medida em que afirma que as representações são sociais e formadas por grupos que lutam por suas identificações; e Jacques Le Goff, a partir dos conceitos de documento e monumento quando afirma que estes são frutos de escolhas de determinados grupos sociais que procuram legitimar seus espaços de poder. Desta forma, as representações de Brasil encontradas nas exposições de museus estão ligadas aos contextos em que foram construídas e refletem relações de poder de determinados grupos sociais. Conclusões ainda provisórias apontam que a maioria dos museus estudados em Portugal trata o Brasil como colônia de exploração, ficando praticamente invisível nas exposições. Por outro lado, tem-se, com o crescimento da presença de turistas brasileiros naquele país, uma preocupação em salientar fatos que atraiam essa parcela de consumidores identificando-se cidades que lutam para deter o status de possuírem mais relação com o Brasil. O Museu dos Compatriotas Emigrantes para o Brasil, na República Tcheca, apresenta um Brasil alegre, acolhedor e agrário, que foi colonizado por imigrantes tchecos que ajudaram o país a crescer. Já o Museu Internacional da Escravidão reconhece a forte presença da Inglaterra no tráfico negreiro e na extinção dessa prática; enfatiza o Brasil como uma das maiores colônias escravocratas do mundo e, ao mesmo tempo, evidencia o legado cultural da escravidão. No Paraguai buscou-se entender as representações de Brasil formadas a partir da Guerra da Tríplice Aliança que envolveu Brasil, Uruguai e Argentina contra o Paraguai, presentes no Panteão Nacional dos Heróis e no Museu Militar em Assunção. Nota-se a colocação do Paraguai como vítima e o Brasil, subliminarmente aparece como o vilão da história.

Apoio / Parcerias: Museu dos Compatriotas Emigrantes par o Brasil

ISSN: 1808-1665