O objetivo desse trabalho é analisar, através de documentação escolar e bibliografia referente, a relação de campanhas de cunho higienista e nacionalista na Escola Municipal Professora Ada Sant’Anna da Silveira, localizada em Joinville. O contexto nacional de renovação do papel da escola como meio de protagonismo do aluno frente à República encobre o caráter coercitivo dessas campanhas. Este trabalho está vinculado com o projeto História das Escolas Isoladas de Joinville – HEIJ, que objetiva, entre outras atividades, historicizar as escolas de Joinville, entre elas a escola citada, ao mesmo tempo em que busca as peculiaridades de cada uma delas diante das questões legais, entre elas as legislações pertinentes ao problema da higienização e questões sociais. Dessa forma, para observar essas questões, foram visitadas escolas com o intuito de coletar dados para um histórico das atividades escolares. Foram analisadas atas de reuniões escolares, boletins e quadros com dados pessoais dos alunos dos anos de 1949 a 1982. As informações mais relevantes para a pesquisa foram selecionadas nos documentos e anexadas em um quadro de atividades, organizadas por ano escolar. Após a análise, foi percebido que a escola participava amplamente das campanhas Liga Pró – Língua Nacional, Pelotão da Saúde e Liga da Bondade, projetos vinculados a Decretos-Leis Estaduais dos anos de 1944 e 1946 e que essas atividades eram relatadas por secretários por meio de atas. Também eram programadas atividades anuais. Todas essas campanhas prezavam, de formas variadas, o engrandecimento da Pátria, como as ações comunitárias de ajuda a moradores da Liga da Bondade, atividades de cunho nacionalista da Liga Pró-Língua Nacional e atividades higienistas de fiscalização e suporte do Pelotão da Saúde. As Ligas eram apadrinhadas com “heróis” nacionais como Duque de Caxias e Tiradentes. Dessa forma, a escola tornou-se um espaço de disseminação de ideologias republicanas e escolanovistas cujo papel era incutir no aluno um espírito de vigilância e prestação de serviços que ultrapassaria os portões da escola e seria disseminada na comunidade e no âmbito familiar, principalmente perceptível devido à programação mensal proposta nas atas, onde as campanhas centravam-se mais em datas de comemoração republicana e no progresso da Pátria, um papel a ser tomado por todos.