Ao analisar a história da habitação (especialmente da habitação de interesse social) e o surgimento do déficit habitacional no Brasil, entende-se melhor porque o Brasil se encontra na situação atual em meio aos diversos termos discutidos com frequência por urbanistas como ‘cidades rebeldes’, ‘diferenciação sócio-espacial’ e ‘direito à cidade’. Problemas estes, que são discutidos sem uma perspectiva real de solução, principalmente considerando o caos habitacional que afeta as favelas em face ao desinteresse e dificuldades do Estado em solucionar os problemas habitacionais e urbanos. A falta de perspectiva em solucionar os problemas urbanos e habitacionais das cidades, ao mesmo tempo que é desanimador é também instigante. Mesmo parecendo impossível alcançar a configuração de cidade defendida por urbanistas, buscou-se, por meio desta pesquisa, aprofundar o conhecimento acerca de temas como a formações das cidades, o surgimento dos problemas habitacionais e a diferenciação das classes econômicas; as consequências dessas diferenciações na configuração das cidades atuais, não cessam; pelo contrário, a cada dia percebe-se a necessidade de entender, conhecer e discutir estes desafios para alcançar uma abordagem arquitetônica e urbanista de relevância nos mais diversos cenários. O interesse a respeito dos problemas urbanos e habitacionais da cidade derivou da participação do Laboratórios de Estudos em Design-Cidade/LECid (vinculado ao Programa de Mestrado em Design da Universidade da Região de Joinville/Univille) bem como de discussões associadas ao Planejamento Urbano em disciplinas do Curso de Arquitetura nas quais esta temática é recorrente. As leituras e revisões teóricas direcionadas para cidade, planejamento urbano e habitações de interesse social motivaram a estudante de iniciação científica a participar das ações da ONG TETO. Esta organização está espalhada pela América Latina e seu objetivo é contribuir com a redução da pobreza extrema no que tange a habitação. Para isso, os voluntários (em sua grande maioria estudantes universitários) realizam experiências de imersão em assentamentos para trabalharem neles juntamente com os moradores. Através do contato constante com as famílias e da elaboração de reuniões comunitárias, tem-se contato com principais problemas que afetam essas famílias. O resultado desta aproximação (e a convivência com inúmeras famílias que sofrem devido a falta de habitação e de infraestrutura urbana) contribui para que se tenha uma experiência vivenciada dos reais desafios contribuindo para a transformação dos espaços com as pessoas que os habitam usando a empatia para considerar o ponto de vista dos moradores.