A preocupação relativa à queima de combustíveis fósseis é uma realidade presente no século XXI, não apenas pelo esgotamento dos recursos naturais não renováveis como também pela poluição atmosférica causada por essa combustão. Apesar desse interesse, a queima do diesel comum, que contém como concentração máxima 500 ppm de enxofre, ainda é intensa, porém há uma alternativa disponível para uso no Brasil, o diesel S10, com limitação de 10 ppm de enxofre em sua composição. Introduzindo um teor de composto oxigenado, têm-se uma menor quantidade de enxofre disponível para a oxidação. O Éter metil-terc-butílico (MTBE) trata-se de um composto químico que é produzido pela reação química do metanol e isobutileno. Sendo assim, caracterizar quimicamente e comparar as emissões de enxofre de amostras de diesel S10 e blendas binárias de MTBE são o objetivo deste trabalho. As amostras continham 0%, 2%, 4% e 6% de MTBE respectivamente e foram queimadas em um motor estacionário de ciclo diesel de 4,2 cv durante o tempo de operação de um total de 30 minutos sob rotação constante de 3000 rpm. Foram realizadas medições das concentrações de enxofre na saída do escapamento através do analisador de gases portátil Optima 7 da Confor nos tempos de 20, 25 e 30 minutos, em triplicata e realizada a média, tendo em vista que foi a partir desse momento que a temperatura do motor atingiu o regime permanente. Os valores de SO2 médios obtidos foram de 53,56 ± 1,33 ppm para o diesel S10, 53,33 ± 2,50 ppm para o diesel S10 com 2% de MTBE, 52,89 ± 2,57 ppm para a blenda com 4% de MTBE e de 54,22 ± 2,68 ppm para a blenda com 6% de MTBE. Realizando teste t de Student, foi possível verificar que não há diferenças significativas nas emissões de SO2 quando comparadas as três blendas contendo MTBE, com valor de p>0,05. Pode-se afirmar que para o requisito de emissões de SO2 nas condições testadas, o MTBE em forma de blenda não apresentou um desempenho superior ao diesel S10. A emissão reduzida do poluente pode propiciar um ambiente menos agressivo para a saúde humana e para os ecossistemas em geral, visto que o SO2 é altamente solúvel em água e pode tornar-se um contaminante dos meios aquáticos, porém o MTBE não mostrou-se eficaz para essa finalidade.