4ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 23/10/2017 à 26/10/2017

Implantação do Biobanco Brasileiro de AVC: caracterização e resultados parciais

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville, Brasil

Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral, biobanco, DNA

Introdução: Sendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) a maior causa de incapacidade permanente entre adultos no Brasil na atualidade, é de imperativa importância o melhor entendimento de suas propriedades em nosso país. Apesar do conhecimento de alguns fatores clínicos e ambientais predisponentes ao AVC, como diabetes, hipertensão arterial sistêmica e poluição, não se conhece integralmente as razões que justificam variações na susceptibilidade individual. Prevê-se que o acúmulo de informações derivados de estudos epidemiológicos e genômicos poderá contribuir com a definição de genes e variantes preditivos de risco de desenvolvimento e de impacto clínico para cada tipo de AVC. Objetivos: Construir o mais amplo banco brasileiro de DNA genômico e informações associadas com vistas ao estudo da contribuição da genética correlata ao AVC. Métodos: Além de amostras sanguíneas, obtidas por punção digital, de pacientes e controles provenientes de Campo Grande/MS, Canoas/RS, Sertãozinho/SP e Sobral/CE, foram coletados dados socioeconômicos, clínicos e laboratoriais de cada participante. As amostras de sangue, mantidas em cartões “FTA Elute” (Whatman), foram enviadas à temperatura ambiente à sede do banco na Universidade da Região de Joinville, tendo sido realizada a extração do DNA conforme instruções do fabricante. Resultados: Até junho de 2017, foram coletadas amostras de 639 controles (585 processados) e 1507 pacientes (1292 processados), sendo a maioria representada por AVC isquêmico (68,3%; 1030/1507), seguido por hemorrágico (13,4%; 203/1507), casos sem determinação (9%; 136/1507) e ataque isquêmico transitório (8,9%; 134/1507). Os casos isquêmicos foram classificados conforme o critério TOAST, observando-se 14,5% (150/1030) de casos do subtipo lacunar, 11,5% (119/1030) cardioembólicos, 10,3% (106/1030) aterotrombóticos e 53,7% (553/1030) considerados indeterminados. O sexo masculino predominou entre os pacientes (51,8%; 781/1507), enquanto o feminino foi mais prevalente entre os controles (60,1%; 384/639). As médias de idades de pacientes e controles foram de 65,4 ±23,2 anos e 49,9 ±28,9 anos, respectivamente. Conclusão: Considerando a diversificada demografia do país e a natureza multicêntrica do biobanco, prevê-se que a investigação da influência da variabilidade genética da população brasileira, associada às questões clínicas, ambientais e epidemiológicas inerentes à doença, poderão aumentar o entendimento de fatores que predispõem ao AVC.

Apoio / Parcerias: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)

ISSN: 1808-1665