O Projeto Palhaçoterapia tem como meta resgatar na formação dos estudantes a preocupação com aspectos humanísticos do cuidado à saúde através da relação sensível e lúdica proposta pelo palhaço. Os participantes, após um período de preparação, com aulas de teatro, música e reflexões acerca do cuidado, realizam visitas semanais ao hospital infantil. A presente pesquisa teve por objetivo compreender a contribuição do projeto palhaçoterapia para a formação acadêmica no que tange aos aspectos humanísticos. Tratou-se de um estudo observacional, qualitativo, retrospectivo e longitudinal, que consistiu na aplicação de dois questionários em momentos distintos durante o funcionamento do projeto em 2016. O primeiro foi aplicado na primeira aula do grupo; e o segundo, no penúltimo encontro do palhaçoterapia. Foram incluídos todos os participantes do projeto no ano de 2016, núcleo Hospital Infantil (n=40). Foram excluídos os participantes que desistiram ao longo do ano (n=26). Amostra final (n=24). Para a análise dos resultados, foi extraído de cada resposta palavras-chave para cada questão dada pelos participantes. Para apresentação dos dados foi utilizada a análise de freqüência de repetição de termos. Os dados coletados foram digitados, separados e transformados em uma análise única. No primeiro questionário, perguntou-se (1) o que eles sabem sobre humanização em saúde. As respostas mais prevalentes foram que (1) “A humanização é o ato de se “importar” com o paciente, ser solidário, ter uma boa relação médico-paciente” presente em nove questionários. No segundo questionário, perguntou-se (1”) qual a contribuição do projeto para a sua formação acadêmica; (2”) que mudanças o palhaçoterapeuta percebeu durante a intervenção do clown no hospital; e (3”) como ele(a) define agora humanização. As respostas foram respectivamente: (1”) As expressões “tornar-me um profissional mais humano”, ou “empático” apareceram em cinco questionários cada; (2”) “o palhaço modifica o ambiente, promovendo uma fuga do momento da hospitalização” apareceu em todos os questionários; (3”) Em todos os questionários, os acadêmicos definiram a humanização a partir do conceito de clínica ampliada (não trata-se a doença e sim o indivíduo); dois a partir do conceito de acolhimento; e um a partir do conceito de ambiência. Conclui-se que os participantes perceberam o projeto palhaçoterapia como promotor de crescimento profissional e das relações humanas. Perceberam também uma mudança do ambiente hospitalar através da própria intervenção. Pode-se inferir também que ao decorrer do projeto os palhaçoterapeutas adquiriram uma visão mais ampliada do papel social do palhaço, bem como maior conhecimento sobre humanização em saúde.