4ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 23/10/2017 à 26/10/2017

Bem-me-quero, bem-te-quero: Um Projeto de Psicologia Educacional sobre a corporeidade e gestão do cuidado

Palavras-chave: Educação Básica, Gestão do Cuidado, Corporeidade

A temática da corporeidade é emergente em diversos contextos porque ela faz interlocução direta com significações e subjetividades na constituição da identidade pessoal atravessada por ideologias e interditos que cada sociedade marca no corpo. Apesar da abrangência do tema, na escola, a corporeidade aparece como uma representação da dinâmica das relações sociais de seu micro e macro contexto. Esse trabalho é um relato de experiência do Estágio de Psicologia Educacional iniciado no quarto ano e em andamento no quinto ano de formação de psicologia. Por isso, a temática emergiu após um período significativo de vivência das acadêmicas no espaço de uma escola pública municipal de Joinville, SC, onde se observou as demandas de gestores, professores e dos estudantes. Tais demandas foram distintas envolvendo temas como bullying, respeito, sexualidade, família, inclusão, agressividade, virtualidade, entre outros. O objetivo desse trabalho foi realizar ações psicoeducativas para os estudantes dos sextos, sétimo e oitavo anos do período vespertino, da educação fundamental, que possibilitassem a vivência do eixo temático da corporeidade. As intervenções se caracterizaram por uma pesquisa ação, tendo como metodologia a elaboração e aplicação de oficinas sobre corporeidade, com possibilidade de trabalhar as demandas prévias e àquelas que surgissem a partir da interação das acadêmicas com os estudantes. Os resultados iniciais obtidos foram a produção de práticas desenvolvidas de trabalho psicológico educacional envolvendo quatro eixos: 1) Corpo: conceitos e identidade; 2) Corpo: sexualidade (beleza, sexualidade, autoproteção); 3) Corporeidade e virtualidade, 4) Cuidado de si e do outro. As oficinas priorizaram atividades e dinâmicas lúdicas que trabalharam a sensorialidade do corpo, a relação dos sentimentos com o corpo, a percepção de si e do outro, a influência histórica de múltiplas determinações que colocam todas as interdições no corpo, a reflexão das demandas de cada grupo, produzindo assim novas subjetividades e significações das relações interpessoais, iniciando nessa escola a vivência da gestão do cuidado de querer bem a si e ao outro. Até o momento se observou que os espaços escolares carecem de intervenções que possibilitem: a) outras visões e subjetividades que promovam relações de cuidado, de apreço ao bem estar de si e do outro; b) senso de incompletude e de inacabamento diante das fragilidades provisórias e dos obstáculos reais como carência de tempo para interlocução ampla com as pessoas da escola; c) desafio à rotina que escolariza o corpo; d) vivências lúdicas da corporeidade e de suspensão do cotidiano aos estudantes e professores.

Apoio / Parcerias: Secretaria Municipal de Educação / Prefeitura de Joinville - SC

ISSN: 1808-1665