4ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 23/10/2017 à 26/10/2017

O Doente Imaginário: uma breve reflexão sobre processo de montagem e recepção do espetáculo da Cia de Teatro da Univille

Universidade da Região de Joinville , UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Teatro, Doente Imaginário, Molière

A Companhia de Teatro da Univille, ligada ao Programa Institucional de Artes Cênicas da Univille, tem como principal objetivo a formação de artistas e a montagem de espetáculos com excelência técnica, em diferentes estilos e linguagens estéticas, que promovam reflexões sobre a responsabilidade social e a importância da arte na economia criativa. Nos últimos dois anos, reestreou e manteve em cartaz o espetáculo O Doente Imaginário, de Molière, que já esteve em cartaz no ano de 2011. A montagem atual conta também com direção de Ângela Finardi e elenco composto por treze atores: acadêmicos, egressos e pessoas da comunidade. O processo de montagem contou com estudo da obra de Molière e da commedia dell’arte com textos, exibição de filmes e oficina de commedia dell’arte para a construção física dos personagens. O espetáculo estreou no Galpão de Teatro da AJOTE e realizou em 2016 nove apresentações na Sala Antonin Artaud e duas no Teatro do SESC. Em 2017, foram realizadas três apresentações: no SESC, na Sala Antonin Artaud e no Teatro Juarez Machado, a última em parceria com a ADIPROS. Até o momento 1488 pessoas assistiram a montagem. O Doente Imaginário (Le Malade Imaginaire), a última obra escrita por Molière em 1673 é considerada uma de suas obras primas. A peça tem como personagem principal um hipocondríaco que vivia com a constante visita de médicos e farmacêuticos. Molière satiriza a precária ciência do seu tempo: a medicina e faz uma crítica acirrada à relação médico-paciente, na época digna das relações marcadas pela frieza e pelo descaso. Na montagem, as máscaras fazem alusão à forma pela qual Molière construiu os personagens de suas comédias, com inspiração na commedia dell’arte. A direção manteve a dramaturgia original. Como forma de verificar a recepção do espetáculo, ao final de algumas apresentações foi proposta ao público presente uma breve conversa acerca do mesmo. Grande parte da plateia, ao ser questionada sobre a validade da montagem na contemporaneidade, fez analogias tanto com as relações de poder expostas na peça, quanto à exploração da indústria farmacêutica. Mesmo sendo uma dramaturgia do século XVII, percebe-se a grande recepção do público pela montagem, o que demonstra para além da elaboração técnica e estética buscadas na encenação, a atemporalidade da obra de Molière por tratar das vicissitudes do espírito humano. Pode-se considerar que a montagem tem cumprido o objetivo do Programa de trazer à tona a reflexão sobre a sociedade.

Apoio / Parcerias: ADIPROS - Associação Diocesana de Promoção Social AJOTE - Associação Joinvilense de Teatro AMORABI - Associação de Moradores do bairro Itinga SESC - Serviço Social do Comércio Teatro Juarez Machado

ISSN: 1808-1665