As queimaduras se tornaram um problema gobal de saúde pública, em 2004, cerca de 11 milhões de pessoas em todo mundo foram queimadas com necessidade de intervenção médica. Quando a queimadura não é fatal, causa desconfiguração, hospitalização prolongada e/ou incapacidade do paciente. A pele é a principal barreira de proteção contra bactérias e, quando está degradada ela se torna um meio rico para o desenvolvimento de organismos patogênicos. O tratamento varia de acordo com a classificação da queimadura, localização corporal e extensão. Os curativos de celulose bacteriana (CB) já demonstraram potencial no processo de cicatrização, suas principais propriedades são: controle da dor e inflamação, manutenção de umidade na ferida, menor taxa de contaminação externa, visualização direta do aspecto e quantidade de secreção, diminuição nas trocas de curativos, diminuindo lesões epidérmicas com comodidade e segurança ao paciente. O uso de agentes antimicrobianos em curativos vem se destacando no controle de infecções permitindo a restauração e cicatrização da pele. Um desses agentes antimicrobianos é a prata, que é conhecida há muito tempo por ter uma forte toxicidade para uma ampla gama de micro-organismos. A combinação do Ce(NO3)3 com as nanopartículas de prata (NpAg) para tratamento de queimaduras resultou em supressão ainda mais eficiente em relação ao uso destes mesmos componentes de forma isolada. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo sintetizar membranas de CB utilizando a bactéria Komagataeibacter hanseni ATCC 23769 funcionalizadas com diferentes concentrações de Ce(NO3)3 e NpAg. Para promover a incorporação, inicialmente fez-se um estudo da capacidade de reidratação das membranas puras (97,85%), o que permitiu o cálculo para a incorporação dos agentes na forma de solução. Após isso, foi realizado o tratamento térmico buscando promover a funcionalização das membranas com os agentes. Este foi realizado em estufa e autoclave. As membranas funcionalizadas serão caracterizadas quanto ao seu potencial antimicrobiano, citotoxicidade e por análise termogravimétrica (TGA), microscopia eletrônica de varredura (MEV).