O projeto Ayngava consiste na elaboração de nome, marca gráfica e identidade visual para impressora 3D. Como parte fundamental do briefing concedido pelo cliente, nome, marca gráfica e aplicações da identidade deveriam trazer o máximo de referencial semântico da cultura brasileira, sem obrigatoriamente remeter a um único aspecto ou região. Isso porque, segundo o cliente, não deveria haver referências de palavras ou formas que trouxessem o conceito de tecnologia, mas sim a simplicidade e objetividade dos significados para que o entendimento fosse palatável a todos os públicos. Além disso, a empresa fabricante da impressora tem uma preocupação com o meio ambiente, sobretudo no que diz respeito ao descarte das peças e insumos para uso do aparelho. A partir dessas informações, o acadêmico optou por pesquisar a cultura indígena, sua linguagem verbal e visual, com foco na etnia Asurini Xingú, em função dos usos de padronagens de formas aplicadas a superfícies diversas e como pintura corporal. Esses grafismos foram referência para a construção da tipografia, do símbolo e de padrões para aplicação da identidade. Os estudos sobre a etnia supracitada, foram realizados em MULLER (2000), no artigo Tayngava A Noção da Representação da Arte Gráfica Asurini Xingu. A referência de design para a aplicação da identidade foi embasada em CARVALHO e COELHO (2003), e a base para entendimento da construção linguística das palavras Asurini foram pesquisadas em NICHOLSON (1982). O projeto teve como método o design thinking a partir do toolkit proposto pela Consultoria de Design e Inovação IDEO, disponível em www.designkit.org, (WEB, 2018). As macro etapas consistiram em Inspiração, Ideação e Implementação, e dentro dessas etapas foram aplicadas ferramentas como entrevista contextual, mapa mental, listas de requisitos, matrizes de decisão e princípios de design. Como resultado, o acadêmico experimentou o desenvolvimento do projeto solicitado desenvolvendo nome, marca gráfica e padronagens. Embora até o momento de inscrição do presente resumo (12/09/2018), ainda não tenha sido concluído, o aprendizado acerca de transdisciplinaridade do design, sua capacidade de transcender o puro entendimento da forma, mas estuda-la a partir de outros olhares como a antropologia estética, contribuiu para sua formação profissional e acadêmica. Espera-se que, no futuro, o acadêmico possa construir novos projetos com outros olhares de culturas diversas a fim de contribuir para um design gráfico mais contextual, analítico, profundo, diverso, somando a isso, as teorias e técnicas oriundas da própria área.