Habitats de inovação são ambientes organizados para apoiar o empreendedorismo, principalmente aqueles voltados para introduzir inovação no setor produtivo e/ou social, envolvendo vários atores no processo. (MACHADO; SILVA; CATAPAN, 2016, p. 89). Tais ambientes têm sido usados como estratégias de intervenção urbana que vão além do crescimento econômico do setor produtivo e/ou social: envolvem o próprio desenvolvimento regional e sustentável (OCDE, Manual de Oslo, 1997; SCHULZ; AREAS, 2017). Tais ações têm impacto direto e/ou indireto no território inserido, seja no planejamento urbano, no modo de viver ou até mesmo na morfologia que se encontra o patrimônio cultural, pode acabar impactando na própria identidade desta população, no pertencimento de tudo o que é reconhecido como patrimônio da mesma (art. 216, da Constituição Federal). Um caso emblemático envolvendo habitats de inovação e patrimônio cultural é o caso do 22@Barcelona. Portanto, o objetivo do presente projeto é analisar como o patrimônio cultural e a população tradicional do território e entorno do 22@Barcelona são tratados, identificando as relações que essa população residente e até mesmo a itinerante estabelece com a intervenção urbana causada com a implementação do referido ambiente de inovação. Para tanto a pesquisa será dividida em etapas, sendo que está primeira etapa está focada em pesquisa exploratória, identificando estudos relacionado as readequações urbanas e soluções trazidas para o espaço. Em seguida, passa-se a estudar o caso especifico da área de inovação 22@ Barcelona, diagnosticando seus documentos regulatórios de implantação, de governança, bem como qualquer outro documento que possa ter relação com a patrimônio cultural. Com base em tais documentos pretende-se analisar de que forma o parque 22@ Barcelona trata e se relaciona com o patrimônio cultural local e com a população do entorno. Além das práticas e disposições legais que permitem uma relação menos nociva entre parques tecnológicos, atividades inovadoras e patrimônio cultural. A pesquisa está em fase inicial, onde atua-se na revisão sistemática de bibliografias, pesquisas em sites, revistas e artigos científicos. Foram analisados até o momento métodos para amenizar a gentrificação, além de bibliografia e informações sobre Plano de Cérda, e as “Superquadras”. As conclusões preliminares demonstram que é possível usar estratégias para envolver a população local nas intervenções urbanas com foco em atividades inovadoras, mas que muitas vezes não é ausente de conflitos.