6ª SEMANA UNIVILLE DE CIÊNCIA, SOCIEDADE E TECNOLOGIA - SUCST

De 21/10/2019 à 25/10/2019

Avaliação do condicionamento químico e cromagem da superfície de peças em PC e blendas PC/ABS

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Cromagem, Blendas PC reciclado/ABS, Valorização de resíduos

Devido às suas propriedades, versatilidade de uso, baixo preço e variedade de aplicações, os polímeros tem sido cada vez mais utilizados. Em 2017, 7,5 milhões de toneladas de resinas termoplásticas foram consumidas no Brasil e apenas 25,8% deste montante foram reciclados. Os resíduos poliméricos são, geralmente, descartados no meio ambiente, lixões e aterros industriais, ocupando grandes áreas e levam centenas de anos para degradarem. Uma forma de minimizar os impactos ambientais ocasionados pela disposição desses resíduos é a reciclagem, que pode ser uma alternativa para diversos processos de fabricação, como de embalagens, componentes automotivos e de eletrodomésticos, geotêxteis e peças cromadas, por exemplo. Desta forma, neste trabalho, foi avaliada a substituição do polímero acrilonitrila-butadieno-estireno (ABS) por policarbonato reciclado (PCr) e blendas PCr/ABS na fabricação de peças cromadas. Peças em PCr e blendas PCr/ABS, na proporção de 20/80, 40/60 e 60/40, foram produzidas por injeção e submetidas às etapas de pré-tratamento químico e deposição eletrolítica no processo convencional de cromagem. As peças em PCr e blendas PCr/ABS, antes e após condicionamento com solução sulfocrômica, foram caracterizadas por análises termogravimétrica (TGA), calorimetria diferencial de varredura (DSC), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectroscopia no infravermelho (FTIR/ATR) e os resultados foram comparados com os de peças em ABS puro. As amostras condicionadas foram cromadas e a qualidade da adesão das camadas metálicas foi avaliada por inspeção visual e testes de adesão por corte cruzado e choque térmico. O condicionamento químico ocasionou quebra de ligações químicas dos componentes do ABS, principalmente, da fase butadieno, tanto no polímero puro como nas blendas, enquanto o PCr não sofreu alterações. Não houve variações na estabilidade térmica e na temperatura de transição vítrea das amostras após o condicionamento. Assim como o ABS puro, as blendas apresentaram alterações na morfologia, verificadas pela presença de microvales e reentrâncias, decorrente da remoção dos componentes do ABS. Quanto maior o percentual de ABS na blenda, mais intensas foram as alterações na superfície das amostras condicionadas. Peças em ABS puro e blendas com proporções de até 40/60 PCr/ABS foram aprovadas nos ensaios de adesão da camada metálica. Os resultados comprovam a viabilidade técnica da cromagem por processo convencional de blendas com PC reciclado, podendo este ser aproveitado em peças automotivas e de eletrodomésticos, diminuindo os impactos relacionados ao seu descarte.

Apoio / Parcerias: CNPq/PIBIC, FAP/Univille, empresa Sigmacrom

ISSN: ISSN: 1808-1665