o relatório do Banco Mundial (2016) mostra que a desigualdade entre a população indígena e não indígena no Brasil aumentou na última década fazendo com que direitos fundamentais fossem violados, tal qual: alimentação adequada, foco desse projeto de pesquisa. Neste contexto, o projeto visa desenvolver uma busca da situação atual da alimentação escolar nas escolas indígenas localizadas na região nordeste de Santa Catarina no que diz respeito aos resgates dos sabores tradicionais da cultura MBYá Guarani bem como as dificuldades diárias apresentadas. A metodologia utilizada baseia-se em materiais bibliográficos, entrevistas dialogadas com os líderes da comunidade, observação in loco e fotos para possibilitar uma aproximação ou um confrontamento dos dados obtidos na pesquisa quantitativa e qualitativa. Essas entrevistas estão fundamentadas nos pontos principais do projeto: cultura e tradição alimentar na aldeia, merenda escolar e cardápio indígena e apoio e incentivo ao acesso à alimentação. Os principais resultados encontrados nesta fase preliminar do projeto vão ao encontro da realidade encontrada em outras localidades indígenas brasileiras quanto ao descaso à população indígena uma vez que o direito à alimentação não é assegurado completamente. Observou-se uma falta de alimentos básicos para a merenda, principalmente adequados a cultura alimentar indígena, por outro lado, uma estocagem excessiva de alimentos ao qual os indígenas não têm o hábito de se alimentar. Nota-se que existe uma expressiva diferença entre o que é estipulado pelo cardápio oficial e os alimentos efetivamente recebidos do Estado pela comunidade, além da quantidade insuficiente devido à falta de atualização mais frequente do Censo. Ao fim da pesquisa, os dados obtidos contribuirão para um maior subsídio aos governos e organizações da sociedade civil no sentido de aportar à estas comunidades escolares indígenas políticas efetivas de direito à alimentação, especialmente, em relação a merenda escolar.