Introdução: Estudo feito pelo Ministério da Saúde (2010) revelou que existe aproximadamente 2.611.537 pessoas com deficiência intelectual (DI) no Brasil. É essencial considerar que os sujeitos com DI apresentam um desenvolvimento atípico de diversas funções cognitivas. Diante dessas dificuldades, e considerando a dimensionalidade do transtorno, os níveis de compreensão do real podem ser afetados, comprometendo a forma como entendem a gravidade da COVID-19 e a importância do isolamento social. Objetivo: Analisar as demandas psicológicas dos pacientes com deficiência intelectual e práticas adotadas por psicólogas devido ao isolamento social da covid-19 no Centro Espírita Nosso Lar Casas André Luiz. Metodologia: O estudo foi realizado através da metodologia de campo participante com abordagem qualitativa, na qual quatro psicólogas da referida instituição compuseram a amostra. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi entrevista semiestruturada, e as questões norteadoras foram elaboradas com o objetivo de conhecer as demandas dos pacientes residentes nas Unidades de Longa Permanência (ULPs). Foi utilizada a plataforma Jitsi para as videochamadas, as entrevistas foram individualizadas, gravadas e duraram aproximadamente uma hora. A aceitação dos itens que compõem o Termo de Consentimento Livre Esclarecido foi registrada e gravada no primeiro momento das entrevistas. As falas foram transcritas, houve a exploração de cada transcrição para destacar os trechos de acordo com a teoria de Bardin, e três categorias foram pré-estabelecidas: 1) Práticas psicológicas; 2) Atividades realizadas com os residentes; e 3) Entendimento da pandemia pelos residentes. A análise dos dados foi interpretada a partir da Psicologia Sócio-Histórica. Resultados parciais: Grande parte dos pacientes residentes das ULPs apresentaram manifestações comportamentais de auto e heteroagressão, aumento do nível de ansiedade e irritabilidade. O nível de compreensão do real é singular, dependendo de aspectos subjetivos, desenvolvimentais e da gravidade da DI. A suspensão de atividades externas, visitas e atendimentos grupais se destacaram como estressores potenciais para o adoecimento psicológico dos sujeitos. Quanto à atuação da Psicologia, percebe-se que o aperfeiçoamento teórico-prático foi essencial para adaptar os atendimentos suspensos e as novas demandas. Considerações finais: Foi possível obter um maior conhecimento acerca da deficiência intelectual, a importância do manejo adotado pelas profissionais da Psicologia para elaborar práticas eficientes frente às particularidades da deficiência e diante do contexto pandêmico, que trouxe repercussões a nível cognitivo, emocional e social. Ademais, os achados desta pesquisa poderão ser úteis para o manejo e elaboração de estratégias de enfrentamento em situações semelhantes.