Introdução: A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial na cavidade extrauterina que causa dores na região pélvica e infertilidade em pacientes na idade reprodutiva. O Objetivo desse estudo será compreender os fatores que levam à recorrência de diagnósticos tardios dos casos de endometriose. Justifica-se esse estudo, uma vez que todas as consequências advindas da endometriose afetam no aspecto social das mulheres, e estão muito associadas ao diagnóstico, que na maioria das vezes só é feito quando a paciente já está no estado avançado da doença, com sintomas limitantes, com falta de apoio e exposta anteriormente à vários tratamentos inadequados para outras patologias. Metodologia: Tratou-se de estudo observacional, de análise documental de dados obtidos via questionário virtualizado pela plataforma GoogleForms®, no qual se inclui apenas as que tiveram diagnóstico de endometriose na fase de menacme. Os dados e informações coletadas correspondiam a: [a] Características do paciente: idade, histórico familiar, hábitos gerais; [b] Aspectos do diagnóstico: tempo de demora, diagnósticos equivocados e [c] Principais dificuldades: Realização de exames, acesso a especialistas, conduta médica. Projeto aprovado pelo comitê de ética, obtendo protocolo de aprovação com registro CAA 26897619.2.0000.5366. Resultados e discussão: Um total de 462 mulheres responderam ao questionário, sendo que cerca de 65% delas afirmaram ter tido o diagnóstico após 5 anos desde o início da primeira dor incapacitante. Neste grupo ainda, 83% afirmou que ouviu de parentes que se tratava de atitudes exageradas as queixas de dores, e cerca de 78% disseram ouvir esse posicionamento de médicos nas consultas. Quanto a vida profissional, 64% afirmaram que tiveram de ausentar do trabalho pelas fortes dores. E para 71% e 87%, a dificuldade no diagnóstico estava na questão do médico não suspeitar ser endometriose e quando na suspeita, dificuldade para realizar exames no SUS, respectivamente. Considerações finais: O tempo para diagnóstico se encontra elevado. Médicos precisam ter mais atenção a este fenômeno na atenção primária a saúde. Acesso a exames precisa ser mais ágil, para assim evitar impactos na qualidade de vida das mulheres.