12° Seminário de Iniciação Científica

De 01/10/2007 à 05/10/2007

Avaliação da biomassa de Hypnea musciformis (Wulfen) J.V. Lamour. (Rhodophyta, Gigartinales) cultivada na baía da Babitonga, São Francisco do Sul, SC-BR.

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Algocultura, Hypnea musciformis, macroalgas marinhas

As macroalgas possuem grande importância ecológica, uma vez que constituem o primeiro elo da cadeia trófica marinha e fonte direta/indireta de alimento humano. Sua importância econômica está ligada à extração de ficocolóides (polissacarídeos hidrossolúveis), encontrados na parede celular na forma de agaranas, carragenanas e alginatos. Tais compostos são utilizados na indústria alimentícia, têxtil, cosmecêutica, entre outras. Hypnea musciformis apresenta interesse comercial devido à presença de kapa carragenana. Com o objetivo de avaliar a biomassa de Hypnea musciformis cultivada na baía da Babitonga, instalou-se um cultivo da espécie em estruturas de long line, através de três experimentos. Realizou-se a coleta da macroalga no costão rochoso da Praia da Saudade, São Francisco do Sul. Os talos foram levados ao laboratório onde, através de uma balança de precisão foram obtidas mudas com biomassa inicial de 3g. Estas foram fixadas às cordas de 1m com ráfia e fitilho e posteriormente colocadas, no experimento 1, dentro de lanternas imersas para minimizar a ação herbívora, que possuíam uma poita de cimento de 1kg para evitar que a estrutura viesse à superfície; no experimento 2, utilizou-se lanternas parcialmente imersas, aumentando a incidência luminosa direta nas mudas, as quais possuíam poitas mais leves para evitar que a estrutura afundasse; no experimento 3 não se utilizou lanternas. A manutenção do cultivo (troca e limpeza das lanternas) e a análise dos parâmetros ambientais temperatura, salinidade e transparência da água foram feitos semanalmente, sendo que os dois primeiros parâmetros foram analisados também no costão rochoso. A observação visual das condições do tempo foram feitas diariamente. A biomassa foi completamente perdida no experimento 1; danificada no experimento 2, onde as lanternas se enrolaram no long line; e o experimento 3 está em andamento. A salinidade foi maior no costão rochoso (média= 36,1) e a temperatura foi maior no cultivo (média=26,6° C). A transparência da água variou entre 1m e 2,20m, considerada ótima, já que a corda de cultivo tinha 1m de comprimento. A mortalidade no primeiro experimento pode ser explicada pela grande quantidade de matéria orgânica presente no local de cultivo, a qual prejudica o crescimento da macroalga colmatando a malha das lanternas, impedindo a passagem da luz e, consequentemente, a fotossíntese. Isto ocorre porque as características do local de cultivo são diferentes do costão rochoso. Nos estuários há ressuspensão de sedimento lodoso e no costão, local de origem e adaptabilidade da espécie, há sedimento arenoso e elevada hidrodinâmica de ondas.

Apoio / Parcerias: FAP/UNIVILLE

ISSN: 1807-5754