12° Seminário de Iniciação Científica

De 01/10/2007 à 05/10/2007

Anatomia ecológica da madeira de Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. (Rubiaceae) em campo cerrado e campo rupestre de Minas Gerais

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Rudgea viburnoides, Anatomia ecológica, Cerrado

Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. (Rubiaceae) é uma planta arbórea com ampla ocorrência na região do cerrado. Congonha, congonha-de-bugre, bugre e cotó-cotó são nomes populares desta espécie em Minas Gerais. Raízes e cascas são utilizadas na medicina caseira, tendo ação diurética, hipotensora, anti-reumática e depurativa do sangue. Este trabalho tem por objetivo analisar qualitativamente de forma comparada a estrutura anatômica do lenho da referida espécie encontrada nas fisionomias de campo cerrado e campo rupestre do cerrado de Minas Gerais. O ambiente de campo cerrado apresenta 711m de altitude snm, temperatura média anual de 22ºC e precipitação média entre 900 e 1300 mm. O solo é classificado com latossolo vermelho, sendo tipicamente profundo, álico e pobre em nutrientes. A fisionomia de campo rupestre possui 1300m de altitude snm, temperaturas médias em torno de 18º-20ºC no verão e abaixo de 15ºC no inverno e precipitação média entre 1450 e 1800 mm. O substrato é do tipo afloramento rochoso com campo arenoso-pedregoso úmido. Preparações histológicas do lenho de caule de 20 indivíduos foram confeccionadas seguindo-se as técnicas usuais de anatomia da madeira. As descrições anatômicas adotaram a terminologia proposta pela IAWA. Para comparação de médias utilizou-se o Teste T com p<0,05. Caracteristicamente, a madeira de R. viburnoides apresenta camada de crescimento distinta, porosidade difusa, maioria dos vasos múltiplos e placa de perfuração simples. Fibras septadas presentes. Parênquima axial vasicêntrico escasso e parênquima radial de unisseriado a multisseriado e heterogêneo, formado por células eretas e procumbentes. Diferenças estruturais foram observadas entre as plantas dos dois ambientes, a saber: vasos múltiplos de 3 - 6, placas de perfuração simples e reticulada e maiores altura e largura dos raios em número de células em indivíduos de campo cerrado em oposição aos de campo rupestre, os quais apresentaram vasos múltiplos de 3 - 12 e parênquima radial contendo cristais prismáticos em séries cristalíferas. Os resultados estatísticos mostraram diferença significativa entre campo cerrado e campo rupestre para vários parâmetros, como exemplo a altura e largura do raio parenquimático. As variações anatômicas encontradas sugerem que as diferentes condições físico-climáticas, tais como aporte hídrico e tipo de substrato, das fisionomias de cerrado estudadas exercem efeito sobre a plasticidade fenotípica de R. viburnoides.

ISSN: 1807-5754