12° Seminário de Iniciação Científica

De 01/10/2007 à 05/10/2007

Personagens da literatura infantil em confronto: um olhar mais apurado sobre a Emília de Monteiro Lobato

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Literatura infantil, Literatura comparada, Leitura

O trabalho proposto, que está em desenvolvimento, é o de comparar Emília – personagem da literatura infanto-juvenil brasileira bem construída por Monteiro Lobato no ano de 1921, mas que ficou restrita ao Brasil – com dois famosos personagens da literatura infantil: Pinóquio – personagem italiano consagrado da literatura infantil criado por Carlo Collodi em 1883 – e Píppi Meialonga – personagem sueca criada por Astrid Lindgren em 1944, vencedora do Prêmio Hans Christian Andersen -, a fim de mostrar a densidade e riqueza literária da personagem Emília. Através da leitura de textos teóricos e ficcionais, primeiramente foram destacadas as principais características particulares de cada personagem analisado; e, dando seqüência ao estudo, algumas diferenças e semelhanças entre os três personagens estão sendo percebidas. Dentre essas diferenças e semelhanças, alguns pontos importantes vêm sendo aprofundados: a família, a trajetória, e o uso da palavra. Emília é uma boneca de pano feita com retalhos coloridos por Tia Nastácia. Não tinha um pai nem uma mãe, mas pertencia à Narizinho. Emília começou a falar depois que tomou uma pílula do Doutor Caramujo. Ela gostava de ouvir histórias, inclusive escreveu suas próprias memórias. A boneca filosofa, é curiosa. Sabia argumentar, convencer através das palavras. Virou gente. Pinóquio era um pedaço de madeira já falante que foi transformado numa marionete pelo marceneiro Gepeto. Embora Gepeto fosse seu pai, Pinóquio era aventureiro e sempre estava longe de casa. Não se interessava pelos estudos. Adaptou-se ao mundo e às suas regras. Tornou-se menino. Píppi Meialonga é uma menina de nove anos que mora sozinha, pois sua mãe morreu quando ela era um bebê e seu pai era um capitão de navio, que após uma tempestade no mar havia desaparecido. A menina não gostava da escola. Como havia visitado vários lugares, sempre inventava alguma história sobre algum país, mas era sempre mentira. Ela permanece sempre a mesma, quer ser pirata e não pretende crescer. A comparação está pondo em evidência a influência dos contextos histórico e cultural na construção das personagens, e aponta as diferenças e semelhanças desses personagens, particularmente na questão da força literária. Além disso, pode ser utilizada como base pelos professores que atualmente estão preocupados com a formação de leitores críticos e nem sempre dispõem de estratégias leitoras que visem uma leitura mais competente.

ISSN: 1807-5754