Considerando a capacidade de fungos do gênero Pleurotus em sintetizar substâncias bioativas, de um modo geral, associadas aos polissacarídeos presentes na parede celular, este trabalho teve como objetivo estudar diferentes formas de condução do processo de cultivo de Pleurotus ostreatus e avaliar as atividades antimicrobiana e antineoplásica das substância geradas. Os processos de produção foram realizados em meio sólido, utilizando-se palha de bananeira suplementada com farelo de arroz e, em cultivo submerso, em meio POL, em biorreator de bancada, operando em regime descontínuo e semicontínuo, sendo este último testado com cortes de 50 e de 75%. A atividade antitumoral das diferentes substâncias obtidas (caldo de cultivo in natura, extrato de caldo de cultivo e extrato de corpo frutífero) foi testada em camundongos suíços albinos fêmeas inoculados com o tumor ascítico de Ehrlich - TAE. A atividade antimicrobiana de diferentes extratos aquosos (obtidos por infusão de corpo frutífero fresco, corpo frutífero desidratado, micélio fresco e micélio desidratado) e, também, de extrato aquoso de micélio fresco seguido de tratamento com etanol, foi investigada contra os seguintes microrganismos: Candida albicans, Escherichia coli e Bacillus subtilis. O processo semicontínuo com corte de 50% apresentou maiores valores de produtividade em polissacarídeos extracelulares chegando a 9 mg. L^-1.h^-1, contra 7 mg. L^-1.h^-1 obtido em regime descontínuo. Todas as substâncias testadas inibiram o desenvolvimento do TAE em níveis próximos de 70% quando injetados intraperitonealmente nos animais, enquanto que a via de administração intragástrica não se mostrou efetiva. A maior inibição tumoral foi observada para o tratamento com extrato de caldo de cultivo (76%). Quanto à atividade antimicrobiana, os extratos aquosos de corpo frutífero fresco e desidratado e de micélio fresco apresentaram mais de 50% de inibição do crescimento de C. albicans. O extrato aquoso de micélio desidratado apresentou alto grau de inibição de E. coli (87,5%) e B. subtilis (57,5%), enquanto que o extrato aquoso de micélio fresco seguido de tratamento com etanol não foi efetivo. Os resultados comprovam a capacidade de P. ostreatus em sintetizar substâncias bioativas e sugerem que novos testes devem ser realizados aumentando a dosagem das substâncias teste.