4º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 26/05/2008 à 30/05/2008

DESENVOLVIMENTO E PADRONIZAÇÃO DE METODOLOGIA PARA INVESTIGAÇÃO DO POLIMORFISMO DO CÓDON 54 DO GENE MBL2 HUMANO

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Gene MBL-2, Mannose-binding lectin, Polimorfismos genéticos

A Mannose-Binding Lectin (MBL), uma proteína pertencente à família das colectinas e codificada pelo gene MBL2, é sintetizada pelo fígado e secretada na corrente sanguínea. Apresenta grande importância no reconhecimento imunológico de microrganismos invasores, integrando uma das vias de ativação do Sistema Complemento conhecida como Via da Lectina. A opsonisação microbiana pela MBL conduz, entre outros eventos, à fagocitose dos mesmos, além de atuar na modulação de diversos mediadores inflamatórios. Os níveis séricos reduzidos da MBL e a existência de formas variantes desta, influenciam a susceptibilidade e a patogênese de diversas infecções. O gene MBL2 apresenta três polimorfismos conhecidos na região 5’ não traduzida (-550G>C, -221G>C e +4C>T), que afetam os níveis de expressão da MBL, e três polimorfismos no éxon 1, que resultam em alterações de aminoácidos (R52C, G54D e G57E) e, conseqüentemente, reduzem a funcionalidade da mesma. O presente estudo objetivou definir e padronizar uma metodologia para a análise do polimorfismo no códon 54 (GGC>GAC) do gene MBL2. Os procedimentos de extração e purificação de DNA genômico humano foram aplicados a amostras de sangue periférico, coletadas e mantidas em FTA-Card® (Whatman), segundo instruções do fabricante. A partir do DNA extraído, um segmento do gene MBL2, correspondente ao éxon 1 e parte da região 5’ não traduzida, foi amplificado via PCR. Cada tubo, contendo amostra ou controle negativo, recebeu 50uL de solução contendo 50pmol dos iniciadores, 200uM dNTP’s, 1,5mM MgCl2, 1U PlatinumTaq® polimerase (Invitrogen), tampão de reação (Invitrogen) e água grau PCR. A termociclagem foi realizada em aparelho MJ PTC100. Os amplicons foram submetidos à digestão (“Restriction Fragment Length Polymorphisms”) pela endonuclease BanI (New England Biolabs). A incubação foi realizada à 37ºC, durante 2 horas. Os produtos de PCR e RFLP foram submetidos à eletroforese em gel de agarose a 1%, por 1 ou 2-3 horas, respectivamente, seguido de exposição à ultravioleta e digitalização. Confirmou-se os padrões de tamanho de fragmentos esperados e correspondentes a cada um dos três genótipos do códon 54 (homozigoto selvagem = 83 e 1034pb; heterozigoto = 83, 1034 e 1117pb; homozigoto mutante = 1117pb). A metodologia proposta para a análise das variantes genotípicas do códon 54 do gene MBL2 humano foi padronizada. Atualmente vem sendo empregada na investigação da possível associação entre o polimorfismo descrito e perfis conhecidos de resposta terapêutica (responsivos, não responsivos e recidivantes) ao interferon-α em pacientes com hepatite C crônica.

ISSN: 1808-1665