4º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 26/05/2008 à 30/05/2008

Projeto Primatas do Nordeste Catarinense

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: primatas, ecologia, Santa Catarina

O nordeste do Estado de Santa Catarina é caracterizado por possuir grandes remanescentes de Floresta Atlântica que estão sofrendo os efeitos da pressão antrópica, como desmatamentos e fragmentação florestal. Os primatas são dependentes de florestas em bom estado de conservação e contínuas, portanto, o objetivo deste projeto é estudar alguns aspectos da dinâmica e da ecologia dos primatas no nordeste catarinense, com a finalidade de subsidiar estratégias e ações conservacionistas na região. Dois sub-projetos tiverem continuidade em 2007, o censo populacional na APA Serra Dona Francisca, em Joinville-SC e a análise da dinâmica de grupos em fragmentos florestais no Distrito Industrial de Joinville, SC. No censo populacional utilizou-se o método de transectos lineares, da família DISTANCE e o método de King. Na área de estudo foram selecionados três locais de amostragem: Monte Jurapê, RPPN Caetezal e Castelo dos Bugres. Nestes foram percorridos um total de 87,153 km em transectos com apenas um encontro com um bando de seis indivíduos de Cebus nigritus. Embora existam na área, os bugios (Alouatta clamitans) não foram avistados neste ano. Comparando os resultados obtidos neste ano com anos anteriores e com outros estudos realizados na Mata Atlântica, infere-se que a densidade na área de estudo apresenta-se baixa. Vários fatores podem estar contribuindo com esta variação, como por exemplo, o uso heterogêneo da área conforme a disponibilidade de recursos, que pode variar de ano a ano. A dinâmica populacional nos grupos de A. clamitans foi analisada através da observação direta dos grupos e da busca de vestígios (fezes) e de vocalizações em dois fragmentos. O estudo registrou a presença de três bandos no fragmento maior e um bando no fragmento menor, totalizando 17 indivíduos. Conclui-se que a disponibilidade de recursos e o tamanho do grupo interferem na distribuição dos grupos no fragmento. Os grupos maiores conseguem ocupar as melhores áreas, com menor efeito de borda, e os grupos menores permanecem nas bordas por não haver nenhum outro fragmento próximo que possa recebê-los. A formação de corredores florestais que possibilitem a ligação com outros fragmentos mais distantes poderia diminuir o risco da consangüinidade entre os grupos maiores e possibilitar aos grupos menores a colonização de áreas menos degradadas e com menor competição. A continuidade no levantamento dos dados em campo ainda é necessária para a conclusão dos dois sub-projetos.

ISSN: 1808-1665