4º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 26/05/2008 à 30/05/2008

BRAILLE E LIBRAS: OFICINAS NAS LICENCIATURAS DA UNIVILLE

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Libras, Braille, Educação Inclusiva

As discussões sobre inclusão social vêm ocorrendo no Brasil há mais de uma década, oriundas de importantes documentos internacionais como a Declaração de Salamanca (1994), que afirmam e fundamentam a prática da sociedade inclusiva em acesso e qualidade. A LDB (9394/96) reserva um capítulo exclusivo à educação especial, reafirmando o direito à educação pública e gratuita dos alunos com necessidades educativas especiais. Mas, no cotidiano das escolas, verifica-se um distanciamento entre a lei e a prática. Muitos alunos são alocados em turmas sem qualquer preparo do professor para recebê-los. Discutindo estas questões com turmas dos cursos de Artes Visuais, Biologia e História, foram detectados: pré-conceitos, medo do desconhecido e a curiosidade em Libras e Braille. Para conhecer a realidade vivenciada nas escolas os acadêmicos dos três cursos realizaram em 2007 pesquisa exploratória com 75 professores do ensino fundamental. Os resultados foram lidos conjuntamente e, sinalizaram que o conhecimento sobre a inclusão ainda é superficial para estes professores, rodeado de incertezas e angústias sobre o modo de atuar diante do aluno com necessidades educativas especiais. A análise das respostas ressaltou que 60% dos pesquisados apresenta, além da vaga noção, o entendimento da escola como o único ambiente inclusivo Em muitas respostas a "inclusão" foi entendida como sinômino de: integração, igualdade, participação, jogo político, convívio social, interação. Apenas 6% apresentou definições mais aprofundadas, tendo, no entanto a escola como único espaço inclusivo. Os professores pesquisados vivenciam ou vivenciaram a inclusão em suas turmas, ressaltando que além do despreparo, têm dificuldades na adaptação dos materiais e na exposição oral/escrita para os que utilizam Braille e Libras. Procurando minimizar nos acadêmicos as dificuldades expostas pela pesquisa foram vivenciadas, oficinas de Libras e Braille em que puderam manusear materiais adaptados, produzir adaptações, conhecer as lógicas pertinentes a cada linguagem e o aprendizado a partir delas. O objetivo maior foi a sensibilização desses futuros professores, pois é o professor quem recebe e trabalha como o aluno e precisa perceber que qualquer indivíduo possui limitações, o que não significa que não possa ser participativo e capaz de aprender. Discutiu-se também que delegar ao professor toda a responsabilidade de inclusão é um erro, pois a adoção dessa postura deve ser de toda a estrutura social, mas é na formação que as adaptações curriculares e possibilidades de reflexão sobre as ações podem ser inicialmente trabalhadas e vivenciadas.

ISSN: 1808-1665