O ano de 2007 marcou o quarto ano de execução do projeto de extensão “Direito e Literatura: a criação de um espaço de discussão da cidadania”. Originado em meio à discussão gerada na sala de aula do 1º. ano do curso de Direito da UNIVILLE, em São Bento do Sul, no ano de 2003, trata da garantia de acesso à justiça dada aos brasileiros. A preocupação central que desencadeou a proposta envolveu a complexa relação entre formação de leitores e construção da cidadania, fator que explica a união entre a área do Direito e a Literatura. A proposta teve por objetivo oferecer para alunos de 1.ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas, através do recurso da contação de histórias, uma oportunidade de refletir sobre o acesso à justiça em linguagem universal, simples e divertida. O trabalho foi iniciado a partir da leitura e seleção de fábulas que foram discutidas sob a luz dos direitos estabelecidos no caput do artigo 5.º da Constituição Federal Brasileira e algumas garantias fundamentais, como a educação. Para cada história escolhida foram, então, criadas versões adaptadas. Essas versões foram contadas com o uso de diferentes recursos como fantoches, sombras, slides, dramatização etc. As contações são seguidas de atividades como “roda de conversa”, jogos e brincadeiras que visam instigar a reflexão dos próprios alunos quanto ao conteúdo explícito e implícito de cada história. A cada ano, o grupo de trabalho procura renovar tanto as histórias e recursos de contação, quanto as formas de troca e interação com as crianças.Os resultados foram avaliados através da aplicação de questionários aos professores e orientadores educacionais das escolas envolvidas. Procurou-se identificar exemplos – em especial na escola - em que os efeitos do trabalho fossem perceptíveis nas crianças, assim como a partir da observação do grupo durante as aplicações do projeto. Considerou-se, assim, que o trabalho surtiu efeito positivo ao instigar uma visão mais consciente sobre a dinâmica das relações sociais, seja do ponto de vista do grupo ou do indivíduo, baseada no maior conhecimento, respeito e liberdade de escolha quanto às leis e princípios básicos estabelecidos constitucionalmente na democracia brasileira.