5º Seminário Integrado de Ensino, Pesquisa e Extensão

De 18/05/2009 à 22/05/2009

Caracterização anatômica e definição do tempo de maceração de fibras de bainhas e nervuras centrais dos segmentos foliares de pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.)

Universidade da Região de Joinville, UNIVILLE, Joinville

Palavras-chave: Compósitos, Fibras vegetais, Pupunha

Embora protegido por legislação específica e recentemente incluído na lista de espécies ameaçadas de extinção, o palmito juçara (Euterpe edulis Martius – Arecaceae) é largamente comercializado para produção de palmito em conserva. Uma alternativa para reduzir sua extração de populações naturais são as palmeiras-reais-da-Austrália (Archontophoenix sp.) e a pupunheira (Bactris gasipaes H.B.K.). A extração dos palmitos gera grande quantidade de resíduos. Para minimizar esse impacto ambiental, as fibras presentes nesses resíduos podem ser utilizadas na confecção de compósitos do tipo resina de poliéster/fibra vegetal. Assim, os objetivos dessa pesquisa foram caracterizar quantitativamente as fibras dos resíduos da pupunha e avaliar o melhor tempo de maceração para sua dissociação, garantindo suas propriedades na confecção de compósitos. Dos resíduos coletados na região do Quiriri, em Joinville/SC, foram separadas as bainhas e nervuras centrais dos segmentos foliares, seccionadas em segmentos de até 5,0cm de comprimento e dissociados pelo método de Franklin. Parte deste material foi corado com fucsina, montado em lâminas semi-permanentes e mensurado o comprimento, diâmetro tangencial e espessura de parede celular das fibras com uso de equipamento de análise de imagens acoplado ao microscópio de luz. Os dados foram analisados estatisticamente aplicando-se o teste t. Os resultados apontaram diferenças significativas para as três características analisadas, sendo que as fibras dos segmentos foliares são mais curtas (931,00 ± 367,80µm), de menor diâmetro (13,35 ± 3,17µm) e parede celular menos espessa (3,39 ± 1,23µm) do que as da bainha foliar. O tempo de maceração mais adequado foi de 22h para as nervuras centrais dos segmentos foliares, que apresentaram aproximadamente 45% da sua massa na forma de fibras, ao contrário das bainhas, que tem grande quantidade de parênquima de preenchimento entre as unidades vasculares. Para a aplicação em compósitos os rejeitos devem fornecer fibras em quantidade e com diâmetros reduzidos, o que aumenta a adesão fibra/matriz, sendo que os segmentos foliares mostraram-se mais adequados. A partir do material dissociado foram confeccionadas mantas a base de fibra vegetal semelhantes às de fibra de vidro, aplicadas na resina poliéster na proporção de 10% m/m, condição já estabelecida anteriormente pelo grupo em virtude da baixa densidade das fibras. O estudo mostrou que há diferença significativa nas dimensões das fibras de origem diferente e que a sua utilização na confecção de mantas como reforço em compósitos é viável, além de minimizar o impacto ambiental causado pelos resíduos da extração comercial da pupunha para produção de conservas.

ISSN: 1808-1665